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O legado de Pipponzi para as próximas gerações

Conheci Antonio Carlos Pipponzi há alguns anos e já tive o privilégio de entrevistá-lo pelo menos três vezes neste período. Sempre fiquei impressionado com a consistência de suas ideias e sua capacidade de liderança, além de uma habilidade muito especial: a de saber conciliar tradição e futuro, combinando legado e inovação. Essa impressão foi corroborada pela leitura de seu livro, “Transitando entre gerações”, no qual Pipponzi conta a saga do grupo RD Saúde, com foco da Droga Raia (cujo fundador foi seu avô), além de mostrar sua própria trajetória desde os tempos de estudante no Colégio Santa Cruz.

Geralmente fico entediado com livros que descrevem a história de pais ou avôs dos autores. Não foi o que aconteceu aqui. Tanto o avô, João Batista Raia, como o pai, Arturo Pipponzi, têm histórias típicas da imigração italiana – com episódios que poderiam inspirar roteiros de cinema.

Pipponzi conta a trajetória de sua empresa através da vida do avô e do pai e, aos poucos, vai aparecendo na trama. O grupo cresce significativamente quando ele entra a bordo da companhia – mas ele humildemente reparte suas conquistas com vários membros de seu time e com parceiros de negócios.

De forma corajosa, também reparte momentos de tensão vividos pelo grupo quando o caixa ficou curto e os acionistas – ele inclusive – foram convocados a injetar dinheiro na companhia.

Pipponzi também dedica parte da narrativa para mostrar como chegou ao modelo atual de governança em parceria com o irmão, Franco, e a irmã Rosalia. Trata-se de uma receita que deveria ser seguida por toda empresa familiar quando fosse admitir algum parente no quadro de funcionários. As regras são as seguintes os membros da família que queiram entrar no grupo RD Saúde:

+ Se formar em uma faculdade de primeira linha.

+ Trabalhar três anos em empresa no Brasil.

+ Fazer um ano de estágio na companhia, para conhecê-la.

+ Fazer um mestrado (MBA) no exterior.

“O grande desafio da transição de gerações é sem dívida o equilíbrio entre ambas. Só mais tarde entendi o desafio das empresas de se manterem ambidestras, de um lado mantendo o legado e de outro abrindo espaço para a inovação”, escreve o autor.

Por fim, percebe-se como as relações humanas são importantes na trajetória de Pipponzi, tanto o relacionamento com a família como o construído com os amigos. Entre seu círculo de amizades está um grupo que ele conheceu ainda jovem, na Escola Politécnica, onde se formou engenheiro.

Muito antes que se falasse em diversidade, Pipponzi se preocupava com inclusão de mulheres na estrutura de suas empresas. Por isso, não hesitou em participar do programa “Mulheres no Conselho”, no qual oferece mentoria para executivas que desejam enveredar pela carreira de conselheiras (uma das quais foi Ana Bogus, presidente da Nivea do Brasil).

O livro estará nas bancas na semana que vem. Vale a pena.

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