Fuga da prisão do narcotraficante Adolfo Macías, vulgo “Fito”, iniciou nova onda de violência no país
O Equador está enfrentando uma onda de violência que já deixou pelo menos 10 mortos. A situação é mais grave na cidade de Guayaquil, onde grupos criminosos têm realizado ataques a prédios públicos, saques em estabelecimentos comerciais e ameaças de bombas.
A violência eclodiu enquanto o governo tenta prosseguir em um plano de austeridade e se prepara para realizar um referendo com uma série de medidas de segurança e de investimentos.
O que causou a violência?
O estopim da nova onda de violência foi a fuga da prisão, no dia 7 de janeiro, do narcotraficante Adolfo Macías, vulgo “Fito”, o líder da gangue criminosa Los Choneros. Esse fato desencadeou vários motins em diferentes prisões no país e ordens dos líderes para iniciar uma série de ataques.
As autoridades equatorianas atribuíram os problemas ao aumento dos esforços para combater o tráfico de drogas e o crime organizado.

Quais são as consequências da violência?
A violência tem afetado a economia do país e a confiança dos investidores. O dinheiro prontamente disponível nas contas do Tesouro caiu para apenas US$ 95 milhões na primeira semana de janeiro, o nível mais baixo em 18 anos.
O governo também está enfrentando dificuldades para obter um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que é essencial para o acesso a empréstimos internacionais.
O que o governo está fazendo para conter a violência?
O governo decretou estado de exceção e definiu a situação como de “conflito armado interno”. As Forças Armadas foram autorizadas a atuar na segurança pública.
No entanto, a violência ainda não foi controlada.
Preocupação internacional
A crise de segurança pública que tomou conta do Equador desde o final de semana preocupa os países da região. Brasil, Argentina, Peru e Estados Unidos se manifestaram sobre a situação.
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, divulgou nota condenando as ações de violência conduzidas por grupos criminosos organizados em diversas cidades do Equador. O Itamaraty também disponibilizou um número de telefone para brasileiros no Equador.
A Argentina também se manifestou, oferecendo o envio de forças de segurança para ajudar o Equador a enfrentar a onda de violência que já causou, pelo menos, dez mortos.
O governo dos EUA também disse estar acompanhando de perto os relatos de violência, sequestros e explosões no Equador e está pronto a prestar assistência.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também se manifestou, dizendo que seu país está atento a todo apoio que o governo do Equador solicitar.
Já o governo do Peru anunciou estado de emergência na fronteira com o Equador e o envio das forças armadas para vigiar a área.