Presente nos EUA, Canadá, Argentina e Uruguai, Cowmed ofereceu ações com direito a dividendos em sua capitalização
A agritech gaúcha Cowmed bateu o recorde brasileiro de financiamento coletivo na plataforma de investimentos em startups Captable ao levantar R$ 5,94 milhões, com 547 investidores. A empresa desenvolveu uma coleira que registra informações sobre bem-estar, sanidade e nutrição em vacas de leite. Os sensores detectam mudanças de comportamento e temperatura corporal nos animais, alertando se estão doentes, no cio ou prestes a parir bezerros. Os dados ficam disponíveis 24 horas por dia para consulta. O mote para atrair recursos foi: “Já pensou como seria a produção de leite se as vacas falassem?”.

“Nesta rodada vimos muitos dos nossos clientes entrando como sócios da nossa empresa”, afirma Leonardo Guedes, cofundador da Cowmed (à esquerda, com o também cofundador Tiago Martins). “Quando isso acontece, é porque os rumos do nosso negócio estão atendendo as expectativas de mercado e a perspectiva de escalar nossa solução na bacia leiteira são muito animadoras.”
A rodada contou com R$ 3 milhões da cooperativa agropecuária Cotribá (1911), de Ibirubá (RS), uma das mais antigas do Brasil, fundada em 1911. Esse foi o maior aporte individual da Captable. “É algo que faz sentido para nós, pois trará benefícios para nossos associados, que são responsáveis por alimentar 60 mil vacas que produzem 1 milhão de litros de leite que alimentam mais de 2 milhões de pessoas diariamente”, afirma Celso Leomar Krug, presidente da Cotribá.
A captação foi diretamente, em troca de ações com direito a dividendos em vez de notas conversíveis com vencimento em cinco anos, como normalmente ocorre. Assim, os investidores se tornaram donos de 14,94% da agritech.
Expansão
Atualmente, a Cowmed monitora mais de 35 mil vacas, em cerca de 400 fazendas espalhadas por seis países. Além do Brasil, a startup atua em Bolívia, Canadá, Estados Unidos, Paraguai e Uruguai. Agora a empresa pretende expandir sua operação em outros países da América Latina, consolidar sua presença no Canadá e nos EUA e chegar a 70 mil animais monitorados até 2024.
Do valor total captado, 70% será destinado para marketing e área comercial. Outros 20% serão usados para o desenvolvimento de novas ferramentas. Já a internacionalização receberá 10% do total.