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Os 60 anos de James Bond em 2022

Desde dezembro, sem pressa, dediquei-me a assistir toda a filmografia de James Bond, desde “007 Contra o Satânico Dr. No” até “007 – Sem Tempo para Morrer”. São 26 filmes oficiais, fora dois realizados de maneira independente (um deles com o Bond original, Sean Connery, em 1983). Em 6 de outubro, o mundo estará convivendo com o agente com licença para matar por exatos 60 anos.

Os primeiros filmes, totalmente centrados no charme e na autoconfiança de Connery, abusam do uso das engenhocas que surpreendiam a audiência na década de 1960. Mas eles têm outra característica em comum – o desfile de mulheres bonitas e uma certa misoginia (muitas personagens são estapeadas e, mesmo assim, sucumbem aos encantos do espião).

Quando Sean Connery (imagem) abandona pela primeira vez o personagem, em 1969, a dupla de produtores, Harry Szaltman e Albert Brocolli, resolve apostar em outro novato. Eles contratam o australiano George Lazenby para estrelar “007 – A Serviço de Sua Majestade” e, logo na sequência inicial, insinuam que “James Bond” é um codinome que passa de um agente para outro. Logo depois de uma cena na qual ele salva a mocinha de se suicidar na praia e se envolve em uma briga, 007 diz: “Aposto que isso nunca aconteceu com o outro cara”.

Trata-se de um roteiro muito bom, editado magistralmente e bem dirigido – mas o ator principal deixa a desejar. Não deixa de ser uma película curiosa, pois Bond passa por situações únicas. Em um momento, é considerado gay por algumas meninas. Em outro, se casa. E chora na cena final.

Lois Maxwell, que fez Moneypenny entre os anos 1960 e 1980, é a atriz que mais atuou na série, participando initerruptamente em 15 filmes e contracenando com três Bonds diferentes (Maxwell, que faleceu em 2007, era bem parecida com Gisele Bundchen em sua juventude). Era grande amiga de Roger Moore, o terceiro Bond, que foi seu colega na escola de arte dramática.

Lois Maxwell, a eterna Moneypenny: uma certa semelhança com a modelo brasileira Gisele Bundchen

Moore estrelou uma fase com muitas cenas de humor e estrelou enormes sucessos de bilheteria, como “O Espião que me Amava” e “Na Mira dos Assassinos”. Deixou sua marca com o charme que lhe era peculiar na série de TV “O Santo” e fez sua última atuação com 58 anos de idade. Foi substituído por Timothy Dalton, que durou apenas duas edições. Pierce Brosnan, que já tinha sido convidado para assumir o personagem na saída de Moore, veio para construir um Bond mais sóbrio e elegante. Sua última participação foi em “Um Novo Dia para Morrer”.

No meio dessa fase, vai-se o produtor Albert Broccoli, que morreu em 1996. Sua filha, Barbara, e seu enteado, Michael G. Wilson, assumem o barco. Na saída de Brosnan, resolvem fazer um verdadeiro reboot com a chegada de Daniel Craig. Até então, pouco se sabia sobre a origem dos personagens, inclusive Bond.

A partir de “Cassino Royale”, as origens de Bond, Moneypenny e mesmo o vilão Ernst Blofeld são explicadas – inclusive o sotaque escocês do agente. Os cinco filmes com Craig devem ser vistos na sequência, pois o enredo entrelaça todos os personagens. Há uma humanização de Bond, que se torna mais emocional e falível. Essa virada se deve à orientação de Barbara Brocolli e de seu meio-irmão, que gosta de fazer pontas nos filmes que produz, à lá Alfred Hitchcock.

Meu Bond favorito? Prefiro o original: Sean Connery, para mim, é a mistura perfeita de elegância, arrojo e inteligência (assim como o escritor Ian Fleming imaginou o 007 dos livros). Melhor trilha sonora? Escolho três: “Goldfinger”, com Shirley Bassey, “You Only Live Twice”, com Nancy Sinatra, e “Nobody Does it Better”, na voz de Carly Simon. Melhor roteiro? Os cinco filmes de Daniel Craig. Melhor abertura? “Goldfinger” e “007 – Somente para seus Olhos”. Melhor cena de ação? A perseguição de barcos em “Com 007, Viva e Deixe Morrer”. Melhor cena de briga: a que abre o filme “007 a Serviço de Sua Majestade”. Melhor final: o de “Sem Tempo para Morrer”. Falando nisso, vamos encerrar com dois dos melhores diálogos nesses 60 anos de filmografia.

O primeiro é uma cena entre Bond e o vilão Silva, vivido por Javier Bardem, em “Cassino Royale”:

Bond: Todo mundo precisa de um hobby…

Silva: Qual é o seu?

Bond: Ressureição.

O segundo: Bond está prestes a ser incinerado por um raio laser em “007 Contra Goldfinger”.

Bond: Você espera que eu vá falar alguma coisa [me ameaçando com esse laser]?

Goldfinger: Não, sr. Bond; eu apenas espero que você morra.

Ao final dos créditos de “Sem Tempo para Morrer”, está escrito (repetindo a saga de todas as películas lançadas até agora): “James Bond voltará”.

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