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“Cristiane foi colocada no pelourinho”, diz Roberto Jefferson após filha desistir de ministério

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, afirmou nesta terça-feira à Reuters que o motivo para a desistência de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), em lutar para assumir o Ministério do Trabalho decorreu da perspectiva sobre quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgaria o recurso sobre a nomeação dela.

“Ponderei com a Cris que chega, esperamos muito, ela foi colocada no pelourinho e espancada violentamente pelo delito administrativo de uma reclamação trabalhista”, protestou Jefferson.

Segundo o presidente do partido, havia especulações de que o caso dela só fosse ser apreciado pelo Supremo no segundo semestre. Isso, na avaliação que ele fez, só iria aumentar o desgaste da filha.

“Vamos enterrar isso e bola para frente”, afirmou o petebista, destacando que Cristiane terá tempo para batalhar por uma reeleição para a Câmara dos Deputados. Jefferson disse que sua filha está “muito triste”, mas que há tempo para ela se recuperar.

O presidente do partido afirmou ter informado da decisão do partido ao ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, na manhã desta terça por telefone. Disse que deve se reunir com o presidente Michel Temer –que havia concordado no início de janeiro com o nome de Cristiane– até a quarta-feira.

Jefferson disse que sua torcida é pela efetivação de Helton Yomura no cargo de ministro. Ele é o secretário-executivo da pasta, espécie de número 2, e tem tocado o ministério.

“Quem tem que definir isso é o presidente”, disse. “O Helton é um nome provado, grande gestor, já está lá no exercício do ministério”, completou.

O caso da deputada se arrastava desde o início de janeiro, quando o próprio Temer aceitou a escolha dela, em substituição ao também petebista Ronaldo Nogueira (RS), que deixou o cargo para tentar à reeleição para a Câmara dos Deputados.

Antes de Cristiane, o PTB havia indicado o deputado Pedro Fernandes (MA) para o cargo, mas a proximidade do parlamentar com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) –opositor ferrenho do governo de Michel Temer– levou a um veto a seu nome.

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