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Trabalhador da Petrobras questiona demora para posse no conselho e aponta riscos

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Representante dos funcionários da Petrobras que ganhou a chance de ocupar uma vaga no Conselho de Administração da empresa, Danilo Silva disse nesta quarta-feira que já preenche os requisitos para ser empossado como integrante do colegiado, e vem cobrando a estatal para que isso aconteça o mais breve possível.

Silva foi o segundo colocado em uma eleição no início do ano que escolheu o representante dos empregados para o conselho, e poderia assumir a cadeira no colegiado com a renúncia em 19 de outubro do ganhador do pleito, Christian Queipo, segundo o estatuto da empresa.

A ausência de um representante dos trabalhadores já prejudicou um negócio aprovado pelo conselho da Petrobras e pode colocar em risco outras deliberações do colegiado, indicou Silva, técnico de manutenção da Refinaria de Paulínia (Replan-SP).

Alegando a falta de um representante dos funcionários no conselho, o Sindicato dos Petroleiros no Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN) entrou com uma ação e obteve na Justiça do Trabalho a suspensão da decisão do conselho que autorizou a venda de 34 campos terrestres no Rio Grande do Norte, na semana passada.

“O sindicato não descarta outras ações judiciais”, afirmou à Reuters o trabalhador de 36 anos.

Silva, que já foi coordenador do Sindicato Unificado de São Paulo, filiado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada ao PT, afirmou ter entregue todos os documentos solicitados pela petroleira para que seja empossado.

O trabalhador, petroleiro há 15 anos, que atualmente não ocupa cargo sindical, contou ainda que não obtém informações junto à Petrobras sobre quando poderá iniciar a função.

Para assumir a posição, o empregado precisa passar por uma série de testes de integridade, como parte dos aprimoramentos de governança corporativa criados na empresa após as descobertas de esquemas bilionários de corrupção envolvendo ex-executivos.

“Eu entrei em contato com o presidente do Conselho (Nelson Guedes), e ele disse que ele ou alguém retornaria; e até agora nada”, afirmou Silva, ao explicar que já entregou mais de 20 certidões à companhia, assim como cópias de documentos e diplomas.

“Cobro o RH todos os dias e não tenho resposta.”

O funcionário destacou ainda que grande parte da documentação já havia sido entregue à companhia no segundo turno das eleições e que algumas delas precisaram ser atualizadas, o que já foi feito.

Silva disse que não entende o motivo de tanta demora para uma decisão por parte da empresa.

Ata de reunião do Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão (CIRS) da Petrobras, de 22 de novembro, vista pela Reuters, informa que a indicação de Silva foi discutida. Mas que “os membros do CIRS resolveram manter a matéria em pauta para esclarecimentos adicionais junto ao indicado”.

Contudo, Silva frisou não ter sido contatado após essa data.

Procurada, a Petrobras afirmou que o nome de Silva ainda está passando pelo processo de checagem de informações.

Enquanto isso, Silva destacou que os funcionários não estão sendo representados em decisões importantes do colegiado, como vendas de ativos e até mesmo a aprovação do plano de negócios quinquenal da companhia, divulgado em 5 de dezembro.

Na semana passada, a Reuters informou que o indicado pelo governo eleito de Jair Bolsonaro para presidir a Petrobras, Roberto Castello Branco, tem utilizado um gabinete na petroleira e revisou o plano de negócios antes da aprovação do programa pelo Conselho da companhia.

O nome de Castello Branco também precisará passar por diversos procedimentos de governança corporativa da Petrobras, incluindo as respectivas análises de conformidade e integridade necessárias, com apreciação pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão da estatal e, posteriormente, deliberação pelo Conselho de Administração.

(Por Marta Nogueira)

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