RIO DE JANEIRO (Reuters) – O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) reconheceu nesta quinta-feira que é difícil os parlamentares aprovarem nas semanas que restam de trabalho neste ano a reforma da Previdência, mas disse que “dá para aproveitar alguma coisa” da proposta que já está em tramitação no Congresso.
Em entrevista coletiva, Bolsonaro disse também que a Petrobras <PETR4.SA> não tem condições de investir mais e que é preciso buscar parcerias. O presidente eleito afirmou ainda que o acordo entre a Embraer <EMBR3.SA> e a Boeing <BA.N>, em negociação, vai continuar.
“Ninguém quer fazer maldade com ninguém, mas algumas reformas, nós temos que obviamente tentar fazê-las, da Previdência é uma. E não é a proposta inicial como o Temer quis lá, mas dá pra aproveitar alguma coisa dela”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva. “Apoio a reforma (da Previdência) que pode ser aprovada pela Câmara, tá certo?”
O presidente eleito disse que vai analisar melhor a última versão da reforma da Previdência e que na próxima semana estará mais a par para tratar na tentativa de votação.
“Eu sei que é quase que uma ressaca depois das eleições, o Parlamento fica esvaziado, quem perdeu a eleição está mais afastado de Brasília, quem ganhou está comemorando, então tem essa dificuldade para conseguir um quórum qualificado para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição”, disse,
Para ser aprovada, uma emenda constitucional precisa dos votos de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e 49 dos 81 senadores, também em dois turnos de votação.
“Não é a proposta que eu quero, que o Paulo Guedes quer, ou quem quer que seja quer, é aquela que pode ser aprovada pela Câmara”, acrescentou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)