Com 212 milhões de habitantes, o Brasil é o segundo país em vítimas fatais (177.317 mortos contabilizados até 07/12) na pandemia do novo coronavírus e o terceiro em casos registrados (6.623.911). E antes que a quantidade de infectados crescesse de modo assustador na Índia, ocupamos também esta segunda posição. Mesmo assim, o governo brasileiro não revisou a opção pela cobertura mínima na aliança mundial promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para financiamento e compra de vacinas contra a covid-19. As possibilidades no consórcio Covax vão de 50% a 10% da população de cada país. Como o Brasil entrou pelo pacote básico, apenas 21 milhões de brasileiros terão acesso a qualquer imunizante oferecido em um futuro próximo.
De acordo com o colunista do UOL, Jamil Chade, nesta terça-feira (8), o Brasil pode ter dificuldades para adquirir mais vacinas, pois os demais participantes do Covax terão que ser atendidos primeiro. A partir da Suíça, Chade cobre de perto o trabalho de agências das Nações Unidas.
O colunista questionou o Ministério da Saúde, que respondeu: “O ministério optou por assegurar o mínimo de 10%, mas é importante ressaltar que, conforme previsto no contrato de adesão, a pasta pode adquirir mais vacinas junto aos laboratórios que integram a aliança”. Porém, Chade apurou que não há nenhuma previsão ou avaliação por parte dos administradores do Covax sobre qual poderia ser a demanda extra do governo brasileiro, o que restringe as opções da população no que parece ser a reta final para a descoberta de uma vacina.
O Covax é integrado por 172 países. Em setembro, o Brasil destinou R$ 2,5 bilhões para a iniciativa global, que então trabalhava com nove opções de vacinas. Em paralelo, os governos do Brasil e do estado de São Paulo têm parcerias com as farmacêuticas AstraZeneca e Sinovac, respectivamente.
