Os senadores aprovaram nesta terça-feira (22) a nomeação do diplomata Nestor José Forster Junior para comandar a embaixada brasileira em Washington (EUA). Ele recebeu 47 votos favoráveis e três contra. Forster respondia interinamente pela representação diplomática desde junho de 2019 e foi indicado oficialmente pelo presidente em novembro. Antes dele, o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chegou a ser cogitado ao cargo, o que despertou pesadas críticas diante de sua inexperiência. Em outubro, Eduardo anunciou que não seria indicado pelo pai.
O diplomata foi sabatinado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) em fevereiro deste ano, mas por causa das restrições da pandemia, só foi confirmado agora. Na ocasião, ao falar aos senadores, Forster disse que havia perspectiva de aumento na cooperação com os Estados Unidos na área militar e de defesa, uma vez que o Brasil ganhou o título de aliado preferencial extra Otan. A embaixada na capital norte-americana, segundo ele, tem o desafio de aprofundar a cooperação científica, tecnológica e espacial, já que o Brasil está sendo convidado a integrar importantes projetos em centros de pesquisa norte-americanos.
O diplomata também falou da Amazônia, área que considerou de “interesse comum” aos dois países. Forster sugeriu convidar os parlamentares dos EUA para conhecer a realidade da região, “separando mitos ou fake news e enfrentando os temas com realismo”.
Aos 57 anos, Nestor José Forster Junior é de Porto Alegre (RS), graduado em Letras Clássicas e em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e possui uma carreira diplomática iniciada em 1986. Ele atuou por três vezes na embaixada brasileira em Washington, onde foi chefe do setor de Política Comercial (1992-1995), chefe do setor Financeiro (2003-2006) e encarregado de Negócios (2019-2020). Também foi chefe de gabinete do advogado-geral da União (2002).
