Nenhuma escola que segue o modelo adotado pela gestão Bolsonaro aparece entre as 100 melhores do Enem, tampouco colégios militares tradicionais
O Ministério da Educação (MEC) decidiu acabar com o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares. Criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a iniciativa era uma das prioridades do ex-mandatário. A decisão conjunta do governo teve o apoio da pasta da Defesa e foi informada aos secretários estaduais de educação por meio de ofício enviado nesta semana.
O documento comunica o encerramento progressivo do projeto e a “desmobilização do pessoal das Forças Armadas lotado nas unidades educacionais vinculadas ao programa”. O ofício informa que medidas serão adotadas gradualmente para o encerramento do ano letivo “dentro da normalidade”.
No ranking das escolas com melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o modelo extinto pelo atual governo não aparece entre as 100 melhores colocadas. Além disso, nenhum colégio militar tradicional financiado pelo Ministério da Defesa consta entre os melhores do Enem, apesar de possuírem estrutura superior a maioria das escolas regulares – públicas e privadas. Ao todo, foram implantadas 216 escolas cívico-militares no país. Dessas, 203 funcionam no modelo de gestão compartilhada entre civis e militares. As escolas atendem 192 mil alunos em 23 estados e no Distrito Federal (DF). Cada unidade recebeu R$ 1 milhão do governo federal para adaptação ao modelo.
Segundo o documento enviado na segunda-feira (10), essas unidades serão reintegradas à rede regular de ensino. As estratégias para isso deverão ser definidas pelas secretarias estaduais. “Aos Coordenadores Regionais do Programa e Pontos Focais das Secretarias compete zelar pela implementação de estratégias mais adequadas ao cumprimento das diretrizes emanadas da Administração Superior, bem como assegurar uma transição cuidadosa das atividades que não comprometa o cotidiano das escolas”, informa o ofício.
