Bolsonaro novamente critica Supremo, cita “Exército do povo” e escanteia Temer
A temperatura política no Brasil promete subir para níveis muito elevados no próximo Feriado da Independência, em 9 de setembro. Em seu discurso de lançamento da candidatura à reeleição, neste domingo (24), no Maracanãzinho, o presidente Jair Bolsonaro (PL) conclamou a militância para um “último esforço” antes do primeiro turno das eleições, marcado para 2 de outubro (domingo). “Vamos às ruas pela última vez”, disse, em seu discurso de 1 hora.
O tom inflamado e populista é similar ao do ano passado, quando convocou apoiadores em tom golpista quando se encontrava fragilizado. Assim como naquela ocasião, acusou o Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona suas ações e já colocou na cadeia alguns de seus aliados mais contumazes. “Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis é o Poder Executivo e o Legislativo. Todos têm que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Isso interessa a todos nós”, afirmou, ignorando que o Judiciário apenas segue as regras estabelecidas. Em resposta, ouviu “Supremo é o povo”.
Bolsonaro continuou a afirmar que duvida das urnas e. novamente, colocou as Forças Armadas como pretensas tutoras de um processo eleitoral civil e democrático. “Esse, Braga Netto [vice da chapa e seu ex-ministro], é o nosso exército. É o exército do povo, o exército que está do nosso lado, que não admite corrupção, não admite fraude. Esse é o exército que quer transparência, quer respeito. Quer, não. Merece e vai ter”, completou.
O presidente também apelou para Deus e fez críticas ao comunismo – regime político que jamais se instalou no país – indiretamente afastando qualquer intervenção do ex-presidente Michel Temer (MDB), que em 2021 o ajudou a contornar a crise que agora ensaia repetir. “O vice é aquela pessoa que tem que estar ao seu lado nos momentos difíceis. Não pode ser aquela pessoa que conspire contra você. O vice é a solução para o problema e eu escolho, sim, um general do Exército brasileiro”, disse.
