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Para onde foi o salário de Fernando Collor?

Manobra do ex-senador fez a juíza da 5ª Vara do Trabalho de Alagoas, Natália Azevedo Sena, bloquear R$ 455 mil das contas sua esposa, Caroline Collor de Mello

A Justiça do Trabalho de Alagoas tentou confiscar recursos das contas bancárias do ex-senador Fernando Collor de Mello, mas encontrou só R$ 14. O pedido de confisco veio de uma ordem indenizatória em favor de uma ex-funcionária da TV Gazeta de Alagoas. Afiliada à Rede Globo, a emissora tem Collor como sócio majoritário.

Devido ao valor de apenas R$ 14 nas contas do ex-presidente da República, a Justiça bloqueou R$ 455 mil das contas de sua mulher, Caroline Collor de Mello. A medida veio por decisão da juíza substituta da 5ª Vara do Trabalho de Maceió, Natália Azevedo Sena. O parecer da magistrada foi assinado em 4 de setembro, mas só veio a público agora.

O valor de R$ 455 mil é referente às verbas rescisórias, danos morais, juros e multa pelo não
cumprimento de uma decisão de 2019. A quantia específica de apenas R$ 14,97 nas contas bancárias do ex-presidente sugerem, segundo o Judiciário, a possibilidade de retiradas de recursos para evitar o bloqueio. Perante a situação, a juíza fundamentou sua decisão como “devidamente justificadas a medida cautelar requerida”.

O processo está em paralelo à recuperação judicial do grupo de comunicação da família Collor, a
Organização Arnon de Mello (OAM). Além de ser parceira da Globo na TV e na internet, sendo
responsável pelas versões alagoanas do G1 e do Globo Esporte, a empresa controla o jornal Gazeta de Alagoas, sites próprios e estações de rádio.

Em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Fernando Collor a oito
anos e dez meses de prisão, além de multa equivalente a 450 salários mínimos. Segundo o STF, o ex-presidente usou a TV para simular empréstimos. Proprietária da emissora alagoana, a OAM acumula dívidas de cerca de R$ 64 milhões.

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