Deputado federal é acusado pela ex-mulher de agressão e ameaças de morte. Vídeo gravado por Betina Grusiecki deve colocar seu mandato em xeque

Em um vídeo inédito exibido pelo Fantástico neste domingo (17), é possível ouvir o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado da Cunha, insultando e ameaçando sua ex-companheira, Betina Grusiecki. Ele se tornou réu por agredi-la no ano passado. 

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Da Cunha agarrou Betina com violência e bateu a cabeça dela em uma parede. Ele também teria apertado o pescoço da nutricionista, fazendo com que ela desmaiasse, antes de bater a cabeça dela mais uma vez contra a parede.

As imagens que mostram as ameaças foram registradas pela própria Betina. Os registros, segundo ela relatou ao programa da TV Globo, foram feitos no dia 14 de outubro do ano passado em Santos, no litoral de São Paulo, mesma data do aniversário do deputado.

Segundo a vítima, naquele ocasião, o deputado havia passado o dia fora com os filhos deles e teria voltado para casa alcoolizado. No vídeo, é possível ouvir o parlamentar insultando Betina, à época sua namorada, e afirmando que iria matá-la.

Pouco depois de um diálogo ameaçador onde o deputado insulta a então companheira e diz que iria matá-la – em alguns momentos, dá pra ver o rosto de Betina, mas a maior da parte do vídeo só tem áudio – Betina afirma que Da Cunha a segurou pelo pescoço, momento em que teria perdido a consciência e caído no chão. Ao acordar, ela afirma que ele continuou batendo a cabeça dela na parede.

Ao Fantástico, o advogado Eugênio Malavasi, que representa Da Cunha, afirmou que irá pedir a submissão desse vídeo a perícia, porque a gravação não foi periciada. “Não estou falando que é inverídico, mas não passou pelo crivo do Instituto de Criminalística, não foi submetido à perícia oficial. Se ele disse isso, foi dentro de um contexto de cólera, dentro de um contexto de briga. Nós somos homens. Quando digo homens, seres humanos. Seres humanos têm discussões de casais. Um fato isolado na vida do deputado não pode estar embrionariamente ligado com exercício do mandato de deputado federal, do deputado delegado da Cunha”, declarou Malavasi.