Imagens manipuladas com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltaram a circular nas redes sociais. Desta vez compartilhadas por Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Cultural Palmares. Geradas por inteligência artificial (IA), mostram Trump ao lado de afro-americanos, em uma tentativa aparente de promover uma narrativa positiva sobre suas relações com este público eleitor.
Apesar de ter sido notificado sobre a origem duvidosa das imagens nos comentários e através de uma marcação na postagem, Camargo ignorou. No primeiro post, não havia qualquer menção à manipulação das imagens. A legenda simplesmente afirmava: “O racismo de Donald Trump precisa ser contido, diz a esquerda”. Após receber críticas e correções, Camargo reforçou sua posição, desconsiderando a origem artificial das imagens.
Em resposta às críticas, o afro-brasileiro que se coloca contra as pautas inclusivas reafirmou que a autenticidade das imagens não era relevante para ele, enfatizando a beleza das mesmas e sua crença na consideração de Trump pelos afro-americanos.
Horas depois, Camargo compartilhou uma segunda imagem falsa de Trump ao lado de pessoas negras, novamente sem qualquer aviso sobre a manipulação da imagem. Desta vez, a legenda sugeria que Trump era o “candidato dos pretos libertos da América”, enquanto criticava o movimento Black Lives Matter. Mais uma vez, a postagem recebeu correções sobre a falsidade da imagem, mas Camargo seguiu firme.
Uma investigação conduzida pela BBC em março deste ano revelou que tais imagens são produzidas por eleitores de Trump com o objetivo de influenciar eleitores a apoiarem o Partido Republicano. Não há evidências de que Trump tenha posado para tais registros durante suas campanhas atual e anterior, como sugerem as legendas.
Análises detalhadas das imagens compartilhadas revelam características que indicam a manipulação por IA, como a anatomia alterada da mão de Trump e a aparência uniformemente irreal da pele das pessoas retratadas.
