Mudança ocorre após críticas de Bolsonaro sobre a política de preços da Petrobras, além do aumento recente do diesel. Estatal é ligada à pasta
O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou, a pedido, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque nesta quarta-feira (11). A publicação do Diário Oficial da União (DOU) nomeia como titular da pasta Adolfo Sachsida. A mudança ocorre após o atual mandatário criticar a política de preços da Petrobras, estatal ligada ao ministério, além do aumento recente de quase 9% do preço do diesel nas refinarias.

Na semana passada, Bolsonaro fez apelos ao então ministro Bento Albuquerque e o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, para que a estatal não voltasse a aumentar o preço dos combustíveis. Aos gritos, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, afirmou que os lucros registrados recentemente pela empresa são “um estupro”, beneficiam estrangeiros e quem paga a conta é a população brasileira.
Agradeço ao Presidente @jairbolsonaro pela confiança, ao min Guedes pela apoio e ao min Bento pelo trabalho em prol do país. Com muito trabalho e dedicação espero estar a altura desse que é o maior desafio profissional de minha carreira. Com a graça de Deus vamos ajudar o Brasil.
— Adolfo Sachsida (@ASachsida) May 11, 2022
“Vocês não podem aumentar o preço do diesel. Estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil. É um apelo agora: Petrobras, não quebre o Brasil, não aumente o preço do petróleo. Eu não posso intervir. Vocês têm lucro, têm gordura e têm o papel social da Petrobras definido na Constituição”, disse.
Adolfo Sachsida integrava a equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia como assessor especial. Doutor em Economia e advogado, é autor de livros e artigos técnicos sobre política econômica, monetária e fiscal, avaliação de políticas públicas, e tributação. Foi professor em diversas universidades brasileiras, entre as quais a Universidade Católica de Brasília, onde foi diretor da graduação e do mestrado em economia. Também foi professor de economia da Universidade do Texas, nos Estados Unidos (EUA).
Questionado em março sobre a mudança na política de preço da Petrobras, que estabelece a paridade com a cotação do petróleo no mercado internacional, e a criação de um fundo estabilizador, Sachsida deixou clara sua posição. “Se eu criar medidas que gerem receio sobre a consolidação fiscal, risco país sobe, real se desvaloriza, combustíveis sobem. Começa com uma medida para reduzir o preço do combustível, mas é equivocada. Vai ter o resultado contrário. Entendo a demanda do Congresso e da sociedade, mas cabe a nós mostrar que elas não vão ter o resultado esperado”, pontuou o novo ministro de Minas e Energia.