O pleito, cujo voto é facultativo, foi marcado pela menor abstenção em mais de uma década

A Aliança Democrática – formada pela coligação Partido Social Democrata e outras siglas menores de centro-direita – venceu as eleições portuguesas neste domingo (10) por uma margem apertada. A disputa elege o novo Parlamento do país. Em segundo lugar ficou o Partido Socialista, de esquerda, e em terceiro o Chega, de extrema direita. O pleito, cujo voto é facultativo, foi marcado pela menor abstenção em mais de uma década.

Ainda que a Aliança Democrática tenha ficado em primeiro, isso não garante que Luís Montenegro, líder do PSD, seja nomeado novo primeiro-ministro. No sistema português, os eleitores escolhem o partido. As legendas precisam fazer acordos e coligações que sustentem a indicação do premiê.  

O tema central da campanha foi a imigração. As críticas mais duras vêm do Chega, de extrema direita, que defende cotas para entrada de imigrantes no país e mudança na legislação migratória. No entanto, a Aliança Democrática, que ficou em primeiro no pleito, também já fez discursos associando o aumento da imigração ao crescimento da insegurança no país. 

Ao todo, são 230 deputados na Assembleia da República – Parlamento unicameral português – que foram escolhidos nas eleições do domingo. O pleito foi antecipado em novembro de 2023, após a renúncia do primeiro-ministro António Costa. Ele é alvo de operação que investiga irregularidades em negócios do governo ligados a projetos de transição energética.

Portugal tem um regime semipresidencialista, no qual o presidente, que é o chefe de Estado, é eleito diretamente pelo voto popular para exercer um mandato de cinco anos. O presidente eleito nomeia o primeiro-ministro – normalmente a partir da indicação feita pelo líder do partido mais votado na eleição parlamentar ou da coligação com maior número de assentos na Assembleia da República.