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PMEs tem alta de 5,2% no faturamento do 2° trimestre

Alta foi puxada pela Indústria e pela retomada do Comércio. Projeções mostram que o mercado deve continuar crescendo em 2025, segundo o índice IODE

O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) registrou aumento de 5,2% no segundo trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O resultado positivo fecha o semestre com crescimento acumulado de 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior.

O indicador funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

De acordo com Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, as PMEs se beneficiaram da evolução da renda das famílias – com o desempenho do mercado de trabalho e das políticas governamentais de expansão de renda –, e dos impactos do ciclo de queda das taxas de juros promovido pelo Banco Central, entre agosto do ano anterior e maio de 2024.

A análise setorial mostra que as PMEs da Indústria continuam como o principal contribuinte da melhora do mercado, com avanço de 11,9% no período. Esse progresso segue disseminado entre 18 de 22 atividades do setor, entre eles, Óleos lubrificantes, Metalurgia, Impressão e reprodução de gravações e Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos registraram alta.

“O aumento da demanda doméstica e redução das pressões de custos impactam positivamente a pequena indústria. Assim, parte da recuperação do faturamento real do segmento reflete o alívio da inflação ao produtor (IPA-FGV), que registrava deflação até maio (-1,7% no acumulado em 12 meses)”, explica Beraldi

Em Serviços, apesar do resultado ainda positivo no segundo trimestre (+0,6%), começam a aparecer sinais de desaceleração. “Ainda que o avanço da renda sustente o setor, a perda de confiança recente dos agentes econômicos pode ter prejudicado o faturamento de algumas áreas”, comenta Beraldi.

No segmento de Infraestrutura, por sua vez, as PMEs destoam do comportamento do restante do mercado e marcam retração de 4,6% (YoY) no segundo trimestre de 2024. O resultado negativo reflete a fraca performance em alguns segmentos da construção civil, como Obras de infraestrutura e Construção de edifícios. O avanço das atividades de Serviços especializados para a construção, Captação, tratamento e distribuição de água e Coleta, tratamento e disposição de resíduos, no entanto, impediram quedas mais abruptas.

Na divisão por regiões, o IODE-PMEs mostra também que o avanço no último trimestre foi puxado pela performance das PMEs das regiões Sudeste (alta de 2,2% ante o 2T2023), Nordeste (+9,5%) e Sul (+5,6%). Nas regiões Centro-Oeste e Norte, o IODE-PMEs apontou retração das PMEs no período (-2,2% e -9,5%, respectivamente).

PIB

Em virtude da resiliência do mercado de trabalho (com o desemprego se aproximando do reduzido patamar histórico de 7% nos últimos meses) e dos efeitos do afrouxamento contido da política monetária (com a Selic em queda desde agosto do último ano), é esperado que as PMEs mantenham a tendência recente de crescimento no segundo semestre e encerrem 2024 com faturamento 4,3% maior ante 2023. Para 2025, a expectativa é alta de 2%, aposta mais contida e alinhada com as previsões para o PIB brasileiro.

Segundo Beraldi, uma taxa de juros mais alta frente ao esperado anteriormente significa menos estímulos ao crescimento vindo do crédito. “Com isso, presumimos que a evolução do mercado de PMEs ocorra concentrada nos setores de Serviços e Comércio – refletindo a perspectiva de sustentação do consumo das famílias”, completa Beraldi. A expectativa, ainda de acordo com o economista, de que os juros voltem a cair em 2025 também deve produzir impactos positivos sobre o setor de Infraestrutura, principalmente para construção civil.

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