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Exame: Como a Selfit planeja faturar R$ 300 milhões

Rede de academias aposta na ampliação de unidades próprias e de franquias

Na Selfit, rede de academias criada em Pernambuco em 2012, o maior desafio não é a concorrência, nem a manutenção das lojas ou dos clientes. A briga por ali é contra o sofá. “O Brasil é gigantesco e um dos mais sedentários do mundo”, afirma Fernando Menezes, CEO da empresa. “O percentual de brasileiros que praticam apenas o mínimo recomendado pela OMS é muito grande”. 

Segundo Menezes, cerca de 5% da população brasileira está matriculada em uma academia. O valor é bem inferior ao percentual em mercados maduros, como os Estados Unidos, onde cerca de 20% da população vai à academia. Fica abaixo também de outros mercados semelhantes, porém. Na Argentina, 7% da população se exercita em alguma academia. 

Aumentar esse percentual – e ganhar parte desses novos clientes – é uma das principais estratégias para o crescimento da Selfit. A empresa faturou 236 milhões de reais ano passado, um aumento de 36% em relação a 2022. Para este ano, o objetivo é passar dos 300 milhões de reais em receitas. 

Para tirar as pessoas do sofá, a empresa quer investir na qualidade das academias, com ar condicionado, estacionamento e equipamentos de ponta, e em franquias, para levar o modelo de academias mais profissionais a cidades menores. 

História

A rede de academias começou em 2012 com empreendedores do Recife que queriam replicar no Nordeste um modelo de negócio que começava a escalar no Sudeste: a de academias de qualidade com um preço acessível, como a Smart Fit. 

“São lojas que têm um conceito seguro, uma loja grande, climatizada, com as melhores máquinas do mundo, e com o objetivo de trazer um público mais amplo, não apenas o marombeiro”, diz. “As principais redes falavam que queriam atender o marombeiro. A Selfit surgiu com a ideia de ser de todos”. 

A operação ficou com uma única loja por cerca de um ano. Depois, foi abrindo cerca de uma nova por ano, num investimento de familiares e amigos.

Quando estava na quarta loja, quase quatro anos depois, o caminho da Selfit se cruzou com o da H.I.G. Capital, um fundo de private equity que investiu na academia e fez a plataforma crescer exponencialmente: de quatro lojas, foi para 60 unidades no final de 2019. 

Depois veio a pandemia, que freou o crescimento da rede. Passado o pior período da crise de covid-19, o negócio voltou a crescer. “Em 2021, começamos a reabrir lojas, e em 2022 tomamos uma decisão de franquear nosso modelo, focando principalmente em cidades menores”, afirma. “São cidades desassistidas de produtos pensados, sem máquinas de qualidade, sem ar condicionado, sem estacionamento. Queremos levar a Selfit aos rincões do Brasil”, conclui.

Expansão

Em 2022, a rede abriu a primeira loja franqueada. A operação fica na Serra Talhada, cidade do sertão pernambucano com cerca de 70 mil habitantes. Hoje, são 23 no modelo de franquias. Outras 86 são lojas próprias. “Acreditamos que o Brasil como um todo, dada as particularidades, tem potencial para nossos negócios”, afirma. “Ao longo desse ano, conseguimos entrar em mercados em que não estávamos, como Santa Catarina, na região de grande Florianópolis”.

A aposta neste ano é seguir crescendo com as franquias. No radar, o aumento de demanda, – e de potencial do setor no país – e os bons números da área. 

Segundo dados de uma pesquisa realizada pela International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA), o mercado fitness mobiliza cerca de  8 bilhões de reais por ano no Brasil. Além disso, o país é o segundo com maior número de estabelecimentos no setor, perdendo apenas para os Estados Unidos.

“Tem muita demanda e pouca oferta de produtos de qualidade”, afirma. “Com a vertente de franquias, você consegue levar um produto de qualidade para todo mundo. Estamos abrindo em diversas cidades que demorariam muito para serem atendidas se não fossem as franquias”. Até o final do ano, a empresa quer ter 140 lojas próprias e ter um crescimento semelhante em franquias, com pelo menos 17 novas lojas.

Luta contra o sofá

Para crescer, a Selfit (e o setor em si) precisa travar uma luta acirrada contra o sofá. “A grande maioria dos brasileiros não vai para academia. A Selfit tem 300 mil clientes, mas um potencial de crescimento muito grande”.

Essa luta, na visão de Menezes, passa pela qualificação das academias. “O cara que tá no sofá olha para o lado e vê uma academia xexelenta, quente, com o banheiro nojento. Eu nunca sairia do sofá e pagaria caro por isso”, diz. “É fundamental investir em ar condicionado, banho quente, banheiro climatizado. À medida que desenvolvemos essa indústria, o brasileiro sai do sofá”. 

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Por Daniel Giussani

Publicado originalmente em: encurtador.com.br/cTxsg

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