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Desigualdade racial impacta no envelhecimento de negros

50% das pessoas negras consideram difícil ou muito difícil pagar as contas com a renda mensal

Com o objetivo de identificar as desigualdades raciais que incidem no processo de envelhecimento da população, o Itaú Viver Mais, em parceria com o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) realizou a pesquisa “Envelhecimento e desigualdades raciais”. O estudo apresenta resultados de uma investigação sobre desigualdades no processo de envelhecimento entre pessoas negras e brancas.

Conduzida pelo Cebrap, a pesquisa teve como base dados de um survey realizado em 2021 com amostra de 1.462 indivíduos com 50 anos ou mais em três cidades brasileiras: São Paulo, Salvador e Porto Alegre, capitais com altos índices de envelhecimento populacional.

O estudo investigou 11 indicadores que compõem o envelhecimento ativo: autoestima, bem-estar, saúde: acesso e prevenção, atividades físicas, mobilidade, inclusão produtiva, inclusão digital, segurança financeira, capital social, práticas culturais e exposição à violência. Em algumas dessas dimensões, foram encontradas diferenças significativas entre o envelhecimento de pessoas brancas e negras nas três capitais analisadas. O estudo também considerou a influência do gênero na situação de homens e mulheres negras em comparação com homens e mulheres brancas, além de analisar diferenças entre diferentes faixas etárias.

Brancos têm maior segurança financeira

Nas três capitais analisadas, as pessoas brancas têm maior índice de segurança financeira na maioria das faixas etárias: 50% das pessoas negras com 50 anos ou mais consideram difícil ou muito difícil pagar as contas com sua renda mensal, enquanto para mulheres e homens brancos esse percentual é de 44%. Do ponto de vista das aposentadorias, a proporção de pessoas com 50 anos ou mais que recebem aposentadoria é 9% maior na população branca do que na população negra em São Paulo, Salvador e Porto Alegre. O recebimento dessa fonte de renda é de 53% entre pessoas brancas e 44% entre pessoas negras nas três capitais.

Na saúde, homens e mulheres negros acessam 16% menos os serviços de saúde privados em relação a homens e mulheres brancos. Enquanto 40% das mulheres brancas tiveram o último atendimento na rede privada, esse percentual é de 25% entre as mulheres negras e 18% entre os homens negros.

Inclusão digital

Do ponto de vista da inclusão digital, mulheres e homens negros acessam 14% menos a internet quando comparados com mulheres e homens brancos. Entre a população negra de 50 anos ou mais, pouco mais de 3 em cada 5 pessoas acessaram a internet (66%), enquanto na população branca essa relação é de 4 a cada 5 pessoas (80%).

A exposição à violência também muda para os grupos raciais nas três capitais analisadas: ao longo da vida, homens negros foram ameaçados com arma de fogo 8% mais que mulheres e homens brancos. Entre os homens negros, 21% disseram ter sido ameaçado por arma de fogo ao longo da vida, enquanto esse percentual foi de 13% entre mulheres e homens brancos.

“O Itaú Unibanco apoia diversas iniciativas que visam fortalecer os direitos das pessoas idosas e promover uma velhice mais digna, inclusiva e sustentável. Neste contexto, entendemos que atuar na produção de conhecimento ajuda a melhorar a qualidade do envelhecer no Brasil e a transformar, para melhor, a vida da população idosa, que logo será maioria no país”, explica Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco.

Para Priscila Vieira, pesquisadora e coordenadora de projetos do Núcleo de Desenvolvimento do CEBRAP, o estudo revela pistas sobre os impactos das desigualdades raciais no processo de envelhecimento. “Vemos que há diferenças na experiência de envelhecer entre pessoas negras e brancas, principalmente, no acesso à renda e saúde, além da inclusão digital e da exposição à violência. Pessoas negras enfrentam maior dificuldade para alcançar condições materiais e de saúde adequadas a um envelhecimento ativo e digno. Essas evidências podem incentivar novos estudos e qualificar o importante debate sobre o envelhecimento na sociedade brasileira”, explica Vieira.

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