54% dos entrevistados contrataram o produto nos últimos quatro anos, um possível reflexo da covid
Apenas 6,66 milhões de brasileiros contam com alguma apólice de vida. Eles perfazem 41% do grupo dos que possuem algum tipo de seguro. O dado foi obtido de uma pesquisa da Edelman para a Bradesco Vida e Previdência, que também indicou uma tendência de elevação. Foi detectado que 54% dos entrevistados contrataram o produto nos últimos quatro anos. A procura pode ser um reflexo da maior preocupação da população com a proteção financeira após a pandemia de covid. Os resultados são considerados baixos pela Federação Nacional da Previdência Privada (Fenaprevi).
“Embora o mercado de seguro de vida tenha crescido consideravelmente no Brasil nos últimos anos, ainda há um grande potencial a ser explorado”, afirma Bernardo Castello, diretor da Bradesco Vida e Previdência. “A penetração do produto no país é inferior a 1% do PIB, enquanto em países como Reino Unido e Estados Unidos esse índice é de 8% e 5%, respectivamente.”
Pandemia e mudança de percepção
Segundo Castello, a pandemia contribuiu para mudar a percepção dos brasileiros sobre a importância do seguro de vida. “Antes, o produto era visto apenas como um instrumento de proteção da família e beneficiários em caso de morte do provedor. Agora, o entendimento está mais voltado à prevenção e ao planejamento financeiro”, explica o executivo.
“Ainda há muito a ser feito para ampliar o conhecimento sobre o uso do seguro de vida para a tranquilidade em vida”, complementa Castello. “Muitas pessoas não sabem que ele pode ser utilizado para tratamento de doenças graves e até mesmo para arcar com as despesas de uma faculdade, no caso da modalidade resgatável.”
Desconhecimento das coberturas
A pesquisa também identificou que, entre as pessoas que possuem seguro de vida, há um bom nível de conhecimento sobre as coberturas para morte natural/acidental (91%) e invalidez (79%). No entanto, ainda há uma falta de compreensão sobre outras assistências oferecidas, como reembolso de despesas médico-hospitalares (39%) e pagamentos de diárias por afastamento do trabalho (30%).
“Esses índices reforçam a importância do trabalho que vem sendo realizado pelo mercado com foco na educação em seguros e na construção de uma linguagem mais simples sobre os produtos para a população”, destaca Castello. “Muitas pessoas não imaginam que a contratação de um seguro de vida pode ser mais barata do que uma assinatura de streaming, por exemplo. É claro que é preciso avaliar se a cobertura ofertada é adequada e, nesse sentido, contar com a consultoria de um corretor de seguros é fundamental para realizar a escolha certa.”
Diferenciais
Entre o que faz diferença na hora de escolher o seguro de vida estão as assistências pouco conhecidas e que podem ser usadas em vida pelos beneficiários, como segunda opinião médica internacional, residencial básica, pet, cesta natalidade, motorista amigo, entre outras.
A pesquisa também indicou que os principais fatores considerados pelos beneficiários na hora de contratar um seguro de vida são: custo-benefício atrativo (27%), agilidade na liberação de valores em momentos necessários (26%) e a oferta de assistência funeral completa (23%).
Metodologia
A pesquisa foi realizada pela agência Edelman em parceria com o Grupo Bradesco Seguros, focada na população que tem interesse em seguros. Conduzida em 2023, a coleta se deu de forma quantitativa, via painel de respondentes, e contou com 1.000 participantes de todas as regiões do país.
Segundo a empresa, o objetivo da pesquisa foi entender melhor o perfil e os comportamentos dos segurados no Brasil em relação a diversas categorias, como bens, saúde física e financeira.
