A agência de classificação Moody’s ampliou a percepção de risco fiscal do Brasil com as mudanças promovidas pelo governo para viabilizar o Auxílio Brasil/Bolsa Família dentro do teto de gastos. O rompimento do limite deveria ser extraordinário e não recorrente por pressões políticas,o que deve rebaixar a classificação de risco de crédito.
O Brasil tem nota de crédito “Ba2”, duas abaixo do grau de investimento e com perspectiva “estável”. “Vamos observar se essa dinâmica de aumento de gastos sociais vai durar um ano ou será recorrente. Por enquanto não vemos piora do déficit nos próximos 12 a 18 meses. Nossa expectativa é de estabilidade do déficit em algo próximo de 6% do produto interno bruto (PIB) com aumento de arrecadação”, disse a vice-presidente e analista sênior de risco soberano da Moody’s, Samar Maziad, à Exame
Ainda de acordo com Maziad, a agência acompanhará a eleição presidencial e eventuais mudanças na consolidação da política fiscal do país, que podem ter impacto negativo sobre o rating. Além da questão fiscal, o Brasil precisa avançar com as reformas estruturantes. Vale destacar que a abertura para pagamento do benefício não é avaliada como um calote, trata-se de uma decisão diferente de quando uma empresa deixa de pagar os bônus a seus investidores.