Os principais impactos vieram de alimentação, bebidas e transportes, mostra IBGE
A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,06% em abril, após alta de 1,62% em março. É o maior resultado para o mês desde 1996, quando foi 1,26%. Já o resultado acumulado em 12 meses atingiu a marca de 12,13%. É a maior taxa em 12 meses desde outubro de 2003 (13,98%). Em abril de 2021, o IPCA teve inflação de 0,31%. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de abril de 2022 ficou acima da mediana das projeções da pesquisa da Reuters, que apontou que a alta abril seria de 1%, acumulando em 12 meses de 12,07%.
Conforme o instituto, os principais impactos do mês vieram de alimentação e bebidas – maiores variação (2,06%) e impacto (0,43 ponto percentual); e dos transportes – alta de 1,91% e 0,42 ponto percentual de impacto. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 80% do IPCA de abril.
Alimentos e transportes
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em abril. Segundo o analista da pesquisa, André Almeida, em alimentos e bebidas a alta foi puxada pelo aumento dos preços dos alimentos para consumo em casa, com destaque para o leite longa vida (alta de mais de 10%), e em componentes importantes da cesta como a batata-inglesa (18,28%), tomate (10,18%), óleo de soja (8,24%), pão francês (4,52%) e carnes (1,02%).
Nos transportes, a alta foi puxada principalmente pelo aumento nos preços dos combustíveis que continuaram subindo (3,2% e 0,25 ponto percentual), assim como no mês anterior, com destaque para gasolina (2,48%), produto com maior impacto positivo (0,17 ponto percentual) no índice do mês.
A aceleração do grupo de saúde e cuidados pessoais (1,77%) decorreu principalmente da alta nos preços dos produtos farmacêuticos. Em 1º de abril, o governo federal formalizou o aval para um reajuste de 10,89% nos preços dos medicamentos no país.