Recursos estrangeiros totalizou US$ 9,6 bilhões no período, superando inclusive o recorde anterior de US$ 14,9 bilhões

Os investimentos diretos no país (IDP) registraram um forte crescimento em março, alcançando o maior patamar para o mês desde 2012. De acordo com dados do Banco Central do Brasil (BC), o influxo líquido de recursos estrangeiros totalizou US$ 9,6 bilhões no período, superando inclusive o recorde anterior de US$ 14,9 bilhões, registrado em março de 2012.

O número também é o melhor desde agosto de 2022. Na época, o IDP era de R$ 9,7 bilhões.

O resultado positivo do primeiro trimestre, com um acumulado de US$ 23,3 bilhões em investimentos estrangeiros, também demonstra uma retomada em relação ao ano passado, quando o totalizou US$ 64,2 bilhões – uma queda de 13,9% em comparação com 2022.

Essa recuperação é vista como um sinal de confiança na economia brasileira, especialmente após a melhora da perspectiva da nota de crédito do país pela agência de classificação de risco Moody’s, de “estável” para “positiva”.

O IDP abrange diversos tipos de investimentos, como a participação no capital de empresas brasileiras por parte de investidores estrangeiros, a reinjeção de lucros por empresas multinacionais já presentes no país e as operações intercompanhia, que envolvem a transferência de recursos entre filiais e suas matrizes.

Déficit em conta corrente

As transações em conta corrente, por sua vez, tiveram déficit de US$ 4,6 bilhões em março de 2024, ante superávit de US$ 698 milhões em março de 2023. Foi o pior resultado para o mês desde 2021, quando o saldo era deficitário em US$ 8,5 bilhões.

Na comparação interanual, o saldo comercial recuou US$ 4,2 bilhões e os déficits em serviços e renda primária aumentaram, respectivamente, US$ 660 milhões e US$ 378 milhões.

No acumulado em doze meses, o déficit nas transações correntes de 2024 somou US$ 32,6 bilhões (1,46% do PIB), ante US$ 27,3 bilhões (1,23% do PIB) no mês anterior e US$ 49,3 bilhões (2,46% do PIB) em março de 2023.