As notícias sobre o clima têm sido um fator central de oscilação das cotações desde a última quarta-feira (11)
Há previsão de baixas temperaturas na segunda quinzena de maio para todo o Centro-Sul do Brasil. Com o tempo mais frio, há chance de geada em importantes regiões produtoras de café arábica, a variedade mais exportada pelo país, mas de forma pontual.
“Apesar de um centro de alta pressão fraco, a corrente de jato em uma direção favorável ao declínio da temperatura e a presença de um ciclone extratropical em alto mar empurram a onda de frio sobre o centro e sul do Brasil”, explica Celso Oliveira, meteorologista da Climatempo. Estimam-se temperaturas mínimas de 4°C em Três Pontas, 5°C em Campos Gerais, 6°C em Machado e 7°C em Patrocínio, todas cidades mineiras, na sexta-feira da semana que vem(20).
Por outro lado, o analista de mercado e Diretor da Pharos Consultoria Mercado de Café, Haroldo Bonfá afirma que na região da Mogiana e no sul do estado mineiro, o café está vindo de uma fase de pouca chuva e temperaturas altas. Isso proporcionou um amadurecimento precoce, e consequentemente, uma antecipação dos cafeicultores para colher esse grão.
Mercado afetado
As notícias sobre o clima têm sido um fator central de oscilação das cotações desde a última quarta-feira (11), quando a commodity disparou, fechando em alta de 8%. Com a realização de lucros que ocorreu nos dois dias posteriores, o grão encerrou a semana passada a US$ 2,139 por libra-peso.
O forte declínio de quarta-feira marca o início da temporada de tensões relacionadas ao clima. Esse fator mexe com os mercados de commodities em momentos específicos do ano, quando o frio mais intenso pode prejudicar culturas como milho, cana e hortaliças, para citar algumas delas.
Geada anormal
“Será uma onda de frio muito intensa para o mês de maio e várias cidades podem bater recordes de muitos anos. Na capital paulista, por exemplo, a temperatura mínima pode ficar abaixo de 10°C no dia 19 de maio”, alerta a Climatempo.
Segundo integrantes da cadeia de café, o risco de geada para a cultura não é comum em maio — o fenômeno não acontece nesse mês do ano desde 1979, de acordo com um relatório da trading Cazarini. Às portas do frio, e com novas oscilações à vista, agentes que atuam no segmento também observam que a cotação em Nova York está em patamar 46