Diretora-geral do fundo, Kristalina Georgieva se mostra otimista, porém os países precisariam evitar o agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza

O diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou nesta segunda-feira (12) estar “muito confiante” que a economia global faça um “pouso suave” nas taxas de juros a partir da metade do de 2024. Participante da Cúpula Mundial de Governos (WGS, na sigla em inglês), em Dubai, Kristalina Georgieva afirmou que, após alguns dos aumentos mais acentuados das taxas de juro em décadas: “Estamos muito confiantes de que a economia mundial está agora preparada para esta aterragem suave com que temos sonhado”.

Georgieva comentou o cenário preocupante nos Estados Unidos, que promove a fuga de capitais das economias emergentes, como o Brasil: “Espero ver em meados do ano as taxas de juro a caminharem na direção em que a inflação tem evoluído no ano passado.” Todavia, sem otimismo veio com preocupações. Ela alertou para a inesperada continuidade da pandemia da covid-19, que pode afetar economias e populações mais frágeis, assim como os efeitos do prolongamento indefinido do conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

As consequências urgentes mais graves são o estrangulamento da rota de petróleo do Golfo Pérsico para a Europa via Mar Vermelho pela ação dos rebeldes houthis, do Iemên, que são apoiados pelo Irã. Seus ataques podem encarecer ainda mais a logística energética na Europa. “Neste momento vemos um risco de repercussão do Canal de Suez”, disse ela, referindo-se aos recentes ataques a navios. “Mas se houver outras consequências não intencionais em termos do rumo dos combates, então estes podem tornar-se muito mais problemáticos para o mundo como um todo.”