Banco público ofereceu R$ 1 milhão para encerrar ação. Alvos da Operação Greenfield, irregularidades em fundos teriam sido “arquitetadas”
A diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou uma proposta da Caixa Econômica Federal (CEF) e de su ex-vice-presidente de gestão de ativos, Marcos Roberto Vasconcelos, para um acordo de R$ 1 milhão que encerraria uma investigação por suposta manipulação de preços de ativos. O processo foi iniciado a partir da fiscalização de quatro fundos de investimento em ações (FIPs) administrados pela Caixa: FIP Cevix, FIP OAS-E, FIP Sondas e FIP Operações Industriais. Esses mesmos fundos são alvos da Operação Greenfield, da Polícia Federal e do fundo de pensão CPI.
A procuradoria da CVM não aceitou a proposta por julgar haver impedimento jurídico, já que existiriam prejuízos que ainda não foram indenizados. No caso do fundo FIP Cevix, a operação tem relação com investimentos da Funcef, fundação de pensão da Caixa. Segundo a área técnica da CVM, foram “arquitetadas” irregularidades para induzir e manter a Funcef e seus participantes “em erro, com a finalidade de obtenção de vantagem de natureza econômica em favor do Grupo Engevix”.
A Superintendência de Supervisão de Investidores Institucionais (SIN) da CVM propôs a responsabilização da Caixa pela prática de operações fraudulentas. A SIN também pediu a responsabilização de Vasconcelos, na qualidade de responsável pela administração das carteiras de abril de 2011 a julho de 2016.
Valor
A Caixa ofereceu R$ 1 milhão para encerrar o processo, enquanto Marcos Roberto Vasconcelos propôs pagar R$ 80 mil e não exercer atividades nos mercados regulados pelos próximos dez anos. O caso tem outros sete acusados que não apresentaram proposta de acordo. As investigações seguem. Até o ministro Paulo Guedes foi investigado.