O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta sexta-feira (10) os resultados positivos do agronegócio de e até novembro. Enquanto a balança comercial total (com produtos de todos os setores) registrou déficit de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,8 bi), a balança comercial do agro teve superávit de US$ 6,9 bilhões (R$ 38,62 bi). No acumulado do ano, o setor registrou saldo positivo de US$ 96,6 bilhões (R$ 540,6 bi), ou seja, US$ 14,8 bilhões acima do acumulado no mesmo período do ano passado. Os demais setores da economia apresentaram déficit de US$ 39,5 bilhões (R$ 221,1 bi) de janeiro a novembro deste ano.
Conforme o instituto, em novembro as exportações do agronegócio somaram US$ 8,4 bilhões (R$ 47,02 bilhões), crescimento de 6,8% ante igual período do ano passado. As importações do setor cresceram 10,5%, para US$ 1,4 bilhão (R$ 7,28 bilhões) no mês. “A safra recorde da soja motivou o resultado positivo do setor em novembro. A soja em grãos cresceu 80,2% em quantidade e 150% em valor frente ao mês de novembro do ano passado, enquanto o óleo de soja – que tem menor participação que a soja em grãos, teve alta de 965,8% em quantidade e 1.653,5% em valor.
No caso da carne bovina, a suspensão da compra pela China desde setembro fez com que a balança da proteína animal registrasse queda de 41,5% no valor e 49,2% em quantidade. Houve ainda queda de 16,3% no valor e 9,8% na quantidade da carne suína, resultante também da queda da demanda chinesa, decorrente em parte da recomposição parcial do rebanho doméstico. Além das carnes, em novembro, houve queda acentuada no milho, no algodão e no café – 49,6%, 50,1% e 35,7% em quantidade e 41,7%, 42,0% e 0,9% em valor, respectivamente.
De acordo com a pesquisadora associada do Ipea, Ana Cecília Kreter, “para as proteínas animais, a tendência é de desaceleração do crescimento, com preços ainda em alta no primeiro trimestre de 2022”, disse. Segundo ela, 2021 tem sido um ano de apreciação de preços no mercado internacional, com efeitos equivalentes no mercado interno.