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13 empresas desistiram do IPO em janeiro

Número de desistências é o maior para um mês da série histórica da CVM, iniciada em 2017

Depois de bater recordes em 2021, o número de empresas interessadas em abrir capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) diminuiu. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), somente em janeiro, 13 empresas desistiram de IPOs (ofertas públicas iniciais) e o pedido de uma empresa foi cancelado.

O número de empresas brasileiras que saíram do negócio em janeiro foi o maior em um mês desde o início da pandemia de covid-19. Este também é o maior volume de saque registrado em um período de um mês desde 2017 – o início de uma série histórica da CVM. O recorde anterior era de outubro de 2020 (dez desistências).

Empresas de diferentes setores da economia apareceram na lista de desistências, como a rede de restaurantes Madero, a produtora Dori Alimentos, a holding Monte Rodovias, a empresa de cibersegurança Ish Tech e a varejista Ammo, que detém marcas como mmartan. Além disso, a rede de academias Bluefit cancelou pedidos na CVM e a Cerradinho Bioenergia abriu sua lista de retirada para fevereiro.

Condições de mercado

Para especialistas, o recorde de desistências é fruto da mudança das condições do mercado de capitais. Isso porque havia uma euforia no mercado no início de 2021, o que permitiu um boom de IPOs. Porém, as incertezas políticas e econômicas reduziram o apetite a risco dos investidores no segundo semestre de 2021. Em 2022, o ambiente tornou-se ainda menos propício por causa da perspectiva de um crescimento econômico fraco e das eleições presidenciais.

“Com a previsão de redução do crescimento da economia brasileira, aumento da inflação e dos juros, está havendo uma migração enorme para ativos de menor risco. Isso faz com que os IPOs sejam menos atraentes”, afirmou o sócio-diretor da Fortezza Partners, Denis Morante.

Em fato relevante, a Vero Internet e a incorporadora de galpões e condomínios logísticos Fulwood confirmaram que as “alterações das condições atuais dos mercados de capitais brasileiro e internacional” justificam a desistência do IPO. Já o Madero disse que, apesar de mais esse adiamento, “a realização do IPO segue nos seus planos”.

Analistas dizem, contudo, que boas ofertas ainda podem encontrar espaço na Bolsa. Isto é, companhias com planos sólidos de crescimentos e ações precificadas de forma justa, preferencialmente de grande porte.

“O ambiente menos favorável não quer dizer que não terá mais nenhum IPO, mas que o investidor fica mais exigente. O investidor vai exigir um desconto maior e não vai entrar em qualquer história. Mas negócios conhecidos e operações grandes podem chamar a atenção”, afirmou o gerente de research da Ativa Investimentos, Pedro Serra.

Tempo curto

O tempo propício para os IPOs, no entanto, é curto neste ano, já que as eleições presidenciais devem deixar o mercado volátil no 2º semestre. Por isso, analistas dizem que as empresas que decidirem manter a abertura de capital devem fazer isso neste semestre ou no fim do ano, caso o resultado das eleições agrade o mercado.

“O ambiente é mais propício até junho, sobretudo neste primeiro trimestre, pois temos visto uma recuperação da Bolsa. Contudo, depois disso, o risco político deve inibir essas operações, as empresas podem não conseguir emplacar suas ações no preço desejado”, afirmou o economista da Blue Metrix Ativos, Renan Silva.

Apesar da perspectiva de que o segundo semestre será de volatilidade nos mercados, nenhuma empresa abriu capital na B3 em 2022 até agora. O último IPO foi o do Nubank, em dezembro. Por outro lado, duas empresas estrearam na Bolsa de Valores de São Paulo em janeiro de 2021. Outras nove companhias abriram o capital nos primeiros quinze dias de fevereiro. Fevereiro de 2021 foi o mês com maior número de IPOs da pandemia de covid-19 no Brasil: 13, ao todo.

Lista de espera

Atualmente, 16 empresas aguardam análise da CVM para abrir o capital na B3. Só uma delas deu entrada no processo neste ano (Senior Sistemas). Contudo, alguns nomes têm sido bem avaliados pelo mercado, como CSN Cimentos e Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento).

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