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Omissão e abuso nunca tiram folga

MONEY REPORT escolheu como Imagem da Semana um vídeo que circula por aplicativos de mensagens desde a segunda-feira (13). As imagens lamentáveis envolvem agentes da lei, Primeiro mostram um homem armado que agride, xinga e ameaça atirar em um adolescente negro supostamente envolvido em uma tentativa de furto de celular. Para evitar que o menino fosse baleado, uma mulher chega a se colocar entre ele e a arma. O homem armado de pistola é o investigador da Polícia Civil Paulo Hyun Bae Kim. O episódio ocorreu em São Paulo, ao lado da Estação Carandiru do Metrô, na zona norte de São Paulo, no domingo (12). As imagens foram captadas por diferentes aparelhos e algumas foram tiradas do ar.

Sua esposa está próxima e com duas crianças. Ela pede que ele guarde a arma, pois estava assustando as crianças e os transeuntes. O garoto, que estava imobilizado por outro homem, se desvencilha. Aos prantos, o menino diz que teme ser morto ali e tenta ficar próximo de uma mulher que o protegeu.

Tudo é por demais errado. O adolescente supostamente infrator já estava contido e o policial, ao brandir a arma e gritar com as testemunhas, só mostrava descontrole e risco de atirar em alguém.


É daí que tudo fica pior. Na entrada da estação, uma policial militar (PM) uniformizada e aparentemente armada presencia tudo impassível, de braços cruzados. Uma das testemunhas que filma a ação se aproxima e pergunta se ela não vai fazer nada. Diante do questionamento, a PM (dias depois identificada como Tamires Borges) diz estar de folga que era para ligar ao 190 e pedir suporte. Há choradeira de crianças. A confusão continua e o jovem acaba correndo em direção a policial para pedir ajuda. Quando o jovem se aproxima, a PM não só se recusa a controlar a situação, como ainda afasta o suposto infrator transformado em vítima com um chute. Em uma distração, o adolescente escapa.

O rapaz que está filmando tudo volta a interpelar a PM diante de sua omissão: “Você servem para quê?”. Recebe um dedo na cara: “Se o senhor falar comigo desse jeito eu vou te prender”. Está tudo no vídeo. O rapaz se identifica como jornalista e questiona acertadamente se a PM não estaria prevaricando. Eles discutem e ela aparentemente o empurra, apesar de não ter feito nada diante de um suposto menor infrator (que escapa) e um homem armado no meio da rua.

Na quarta-feira (15), a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o homem armado é o investigador da Polícia Civil Paulo Hyun Bae Kim, que já estaria sob investigação da Corregedoria da corporação. Sobre a PM Tamires Borges, de 28 anos, a SSP informou por meio de nota que houve omissão. “Se confirmado, o caso será tratado como transgressão disciplinar grave, já que o comportamento omisso registrado em vídeo não condiz com as expectativas da sociedade e muito menos com as responsabilidades do profissional de segurança pública”. À CNN, a PM afirmou: “Agora vocês querem falar comigo?” e “Estou sob forte pressão psicológica. Fale com o meu advogado”. As imagens foram captadas por um repórter fotográfico do site Ponte Jornalismo.

Já o investigador negou qualquer conduta irregular ou ato racista. Ao UOL, afirmou que estava com a esposa e os filhos quando a companheira teve o celular levado. Ele teria puxado a arma e corrido atrás dos suspeitos. “Um deles acaba por perder equilíbrio e um dos pedestres ali, um dos cidadãos ali, acaba detendo esse menor, o suposto menor. Ocorre uma aglomeração de pessoas, e uma delas ali grita: ‘solta, solta, solta o moleque, solta o moleque'”, disse. “Em dado momento, eu vou até essa pessoa, e eu falo, você está defendendo o ladrão? Logo na sequência, esse moleque acaba se soltando do cara, e eu faço uma nova perseguição para detê-lo”.

À GloboNews, o ouvidor das polícias, Claudio Silva, afirmou que pedirá o afastamento e desarmamento do investigador, que já possui histórico de episódios violentos. A própria irmã entrou com uma medida protetiva contra ele.

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