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Marko e o preconceito contra os sul-americanos

O ex-piloto Helmut Marko, consultor da equipe Red Bull de Fórmula-1, destilou preconceito e desconhecimento da geografia ao comentar a diferença de performance entre o mexicano Sergio Perez e o holandês Max Verstappen, que são colegas na escuderia austríaca. Verstappen é bicampeão e está prestes a conquistar o tricampeonato, estando mais de cem pontos à frente de Perez. “Vamos lembrar que ele [Perez] é sul-americano e é por isso que sua cabeça não está tão focada quanto a de Max Verstappen”, disse Marko.

Antes de mais nada, Marko precisa ser ensinado que o México fica na América do Norte – e não no continente sul-americano. E quanto a ter nascido abaixo da linha do equador? Isso seria um fator que diminui o foco dos pilotos? Vamos citar dois nomes que desmontam esse raciocínio esdrúxulo: Ayrton Senna e Juan-Manuel Fangio. Ambos multi-campeões, vencedores, competitivos e totalmente focados em suas atividades. Se ficarmos apenas no Brasil, podemos citar outros dois grandes vencedores, como Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet. Ou seja, é possível ser sul-americano e ter foco neste esporte.

Esse tipo de preconceito talvez seja típico da geração de Marko, que hoje tem 80 anos, e venceu uma edição das 24 Horas de Le Mans, em 1971. Ocorre que ele pilotava um Porsche 917, que fez uma dobradinha naquele ano e no anterior. Um bólido de 1500 HP, esse carro era bastante superior aos demais.

Mas o que podemos dizer da carreira de Marko como piloto de F-1?

Muito pior do que a de Perez. O mexicano já obteve 6 vitórias na categoria, sendo uma delas com um carro da equipe Racing Point, que nunca primou pela consistência ou pela velocidade. Marko disputou nove provas na principal modalidade automobilística, pela tradicional equipe BRM entre 1971 e 1972. Com o mesmo carro que levou Jean-Pierre Beltoise à vitória no Grande Prêmio de Mônaco em 1972, seu melhor resultado foi um oitavo lugar. Nunca marcou um ponto sequer e teve sua carreira interrompida por uma pedra arremessada pela roda traseira da Lotus de Emerson Fittipaldi no Grande Prêmio da França. A pedra atingiu um dos olhos. Com apenas uma visão, não pôde mais pilotar profissionalmente.

Marko é visto com reservas nos bastidores da Fórmula-1 pelos modos histriônicos com os quais critica os rivais de seus protegidos, como Verstappen (um grande talento do automobilismo, diga-se). A tradicional verborragia causa mal-estar, mas raramente alguém responde aos seus insultos e insinuações.

Está na hora de Marko calar a boca e deixar de alimentar preconceitos ridículos. Ou se aposentar de vez.

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