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Margaret Thatcher deve estar se revirando no túmulo

No andar de cima (ou no de baixo, segundo os esquerdistas) desde 2013, Margaret Thatcher deve ter ficado feliz com a vitória do ultraliberal Javier Milei na corrida presidencial argentina em novembro do ano passado. Curiosamente, sua morte completará onze anos no próximo dia 8 – e, nesses dias, Milei trouxe de volta um assunto que atormentou muito a vida de Thatcher durante seu tempo como primeira-ministra britânica.

Estamos falando das ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos súditos do Rei Charles (como é estranho mencionar o filho da Rainha Elizabeth como soberano da Grã-Bretanha…). Nesta semana, Milei defendeu que o arquipélago fosse incorporado ao domínio argentino e abriu uma discussão aparentemente encerrada após a guerra de 1982, vencida pela Inglaterra, com um saldo mortal de 649 soldados argentinos, 255 britânicos e 3 residentes.

“Vamos iniciar uma rota clara para que as Malvinas voltem a ser argentinas”, afirmou o presidente, acrescentando que muitos políticos “bateram no peito clamando pela soberania das ilhas, mas sem nenhum resultado”.

A Argentina argumenta que essas ilhas ficam a cerca de 500 quilômetros de sua costa e que, portanto, tem direito à posse do território, que teria sido da Espanha antes de sua independência, em 1818. Já a Grã-Bretanha afirma que ocupou a região em 1765 e possui uma administração contínua desde 1830, tendo enviado tropas para expulsar argentinos de lá em 1833.

Além disso, os britânicos defendem a posse através do direito de autodeterminação dos povos. Neste caso, houve um plebiscito no ano passado para saber qual seria a opinião dos habitantes da ilha: ser queriam continuar sob tutela britânica ou fazer parte da Argentina? Cerca de 92% dos locais votaram e 99,8% disseram que prefeririam fazer parte da Grã-Bretanha. Detalhe: a maioria da população é composta por descendentes de escoceses e galeses, que se estabeleceram por lá no século 19.

Milei pode ser um político novato, mas percebeu rapidamente uma tese que turbinaria rapidamente a sua popularidade, uma vez que tal assunto é bastante forte junto à sociedade argentina. Sua vice, inclusive, é filha de um ex-combatente na Guerra das Malvinas. Portanto, nada mais natural do que reivindicar a posse dessas ilhas e deixar Thatcher se revirando no túmulo.

Muitos poderão estranhar a disputa por um pedaço de terra que vale pouco e tem uma economia rala, sem grandes recursos naturais. Mas compreende-se a indignação dos argentinos de não ter posse de um território tão próximo de seu país.

Vamos lembrar que o arquipélago de Fernando de Noronha fica a uma distância de 545 quilômetros da costa pernambucana e foi ocupado por vários povos no século 17, incluindo os ingleses. Imaginem se esse conjunto de ilhas tivesse ficado sob domínio britânico durante séculos?

Neste caso específico, porém, há um outro tipo de controvérsia. O arquipélago é administrado pelo estado de Pernambuco, mas fica mais próximo do Rio Grande do Norte (360 quilômetros de distância da costa potiguar). Por que, então, Fernando de Noronha é dos pernambucanos e não dos potiguares?

Este, porém, é tema para uma outra coluna.

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