Após ameaçar desativar nave usada pela Nasa em resposta a Trump, bilionário volta atrás diante da pressão pública; disputa coloca US$ 22 bilhões em contratos da fabricante em risco
Elon Musk voltou atrás poucas horas após afirmar que desativaria a cápsula Dragon da SpaceX, usada pela Nasa para enviar astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS). A decisão de suspender o programa foi anunciada na quinta-feira (6), em meio a uma briga pública com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas foi revertida após apelos de internautas na plataforma X, controlada pelo próprio Musk.
A ameaça surgiu após Trump declarar que poderia cancelar contratos governamentais com empresas de Musk. Em resposta, o empresário afirmou que a SpaceX começaria a descomissionar imediatamente as cápsulas Dragon. A reação causou forte repercussão, já que a Dragon é atualmente o único veículo norte-americano ativo capaz de transportar astronautas ao espaço com segurança.
“À luz da declaração do presidente sobre o cancelamento dos meus contratos com o governo, a @SpaceX começará a desativar sua espaçonave Dragon imediatamente”, escreveu Musk.
No entanto, diante da repercussão negativa e pedidos de usuários para que “esfriasse a cabeça”, Musk recuou. “Bom conselho. Ok, não vamos desativar a Dragon”, publicou mais tarde.
This random dude just saved the Dragon program pic.twitter.com/utTsJtyO2D
— Whole Mars Catalog (@WholeMarsBlog) June 6, 2025
A cápsula Dragon é um componente central do programa espacial dos EUA. Desde 2008, a SpaceX já recebeu mais de US$ 20 bilhões em contratos federais, boa parte deles da Nasa e do Departamento de Defesa. Em março, uma cápsula Dragon foi responsável por trazer de volta à Terra dois astronautas que haviam ficado presos por quase nove meses na ISS, após problemas com a cápsula Starliner, da Boeing.
A Nasa preferiu não comentar diretamente a troca de farpas entre Trump e Musk, mas sua porta-voz Bethany Stevens afirmou que a agência “continuará trabalhando com seus parceiros do setor para cumprir os objetivos do presidente no espaço”.
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