Um amigo, no ano passado, me disse que iria visitar a Albânia no verão europeu. Perguntei a ele o que iria fazer em um país que tinha saído do comunismo há pouco e que provavelmente não teria muita estrutura turística. Ele replicou que estava em busca de novos destinos, pois não aguentava mais ir para os mesmos lugares da Europa. Estamos falando de alguém que nasceu na Itália e adotou o Brasil como seu lar. Portanto, ele conhecia o Velho Continente como a palma da mão.
Para minha surpresa, outros dois casais de amigos resolveram ir para a mesma Albânia (imagem) neste mês de julho. Dei a eles o veredito da esposa deste meu amigo italiano: é um país que tem até destinos bonitos (especialmente as praias), mas o serviço em todos os lugares deixa muito a desejar. Como a população local ainda sente os efeitos de um passado ultra espartano, é como se a Albânia tivesse saído do comunismo, mas o comunismo ainda não saiu de lá.
Mesmo assim, eles – turistas que já conheceram todos os continentes do planeta – continuaram animados. Para esses casais, que já viram de tudo, falta de luxo não é um problema e pode ser uma experiência interessante, especialmente do ponto de vista cultural ou mesmo sociológico.
Mas o fato é que, passado uma determinada fase da vida, queremos arriscar um pouco mais em nossos momentos de lazer. Experimentar sabores novos, ver paisagens surpreendentes e conviver com hábitos bem diferentes daquilo que conhecemos.
Talvez a Albânia, hoje, seja para os brasileiros o que a Croácia foi em 2022 ou a Puglia entre 2023 e 2024: a busca por cenários inéditos. Curiosamente, essas três regiões são banhadas pelos mares Adriático e Jônico, o que proporciona paisagens diferentes daquelas que o turista tradicional está acostumado a ver nas praias mais manjadas da Europa.
Muita gente precisa respirar novos ares para poder se reciclar. Entender como funcionam outros povos para repensar a vida. Eu mesmo, dois anos atrás, acabei fazendo isso em um destino que já conhecia: Saint Raphael, no sul da França, onde tive a oportunidade de ficar na casa de amigos. Como um cidadão local, ia à padaria da esquina, ao mercado e à sorveteria, saboreando como é o estilo de vida dos franceses que vivem ao sul do país: um cotidiano bastante simples e, ao mesmo tempo, com grande qualidade de vida. Foi uma viagem que mudou o meu comportamento e o jeito de enxergar várias situações em minha vida.
Bem, estamos no meio do ano e também preciso parar um pouco para me reciclar. A partir de amanhã, viajarei com minha família, mas retornarei no dia 27. Espero que essa pausa me traga novas energias e ideias para fazer desta segunda metade de 2025 um período inesquecível — apesar do cenário econômico desafiador que surgiu nesta semana. Até à volta!