Presidente brasileiro cobra cumprimento de promessas sobre financiamento climático e diz que países ricos, como a França, devem contribuir para preservar florestas nos países em desenvolvimento

Durante discurso em Paris nesta quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o mundo precisa mobilizar US$ 1,3 trilhão para enfrentar a crise climática. Segundo ele, sem esse esforço coletivo, corremos o risco de criar um “apartheid climático”, no qual populações mais vulneráveis serão deixadas para trás.

“Eu estava na COP15, na Dinamarca, quando os países mais desenvolvidos prometeram uma contribuição financeira de US$ 100 bilhões para ajudar os países que ainda têm floresta em pé a manter a floresta em pé”, relembrou Lula. “Agora, é hora de todos cumprirmos as promessas sobre o clima.”

O presidente defendeu que os recursos cheguem diretamente às comunidades que vivem nas florestas, destacando o papel de indígenas, pescadores, extrativistas e pequenos produtores. “É importante garantir a essa gente o direito de se manter na floresta, vivendo com o mínimo de qualidade de vida”, afirmou.

Em recado direto ao presidente francês Emmanuel Macron, Lula disse que a França deve integrar o grupo de doadores internacionais. Ele ressaltou que, embora a Guiana Francesa esteja localizada na Amazônia, a França, enquanto nação desenvolvida, não pode ser beneficiária dos recursos destinados aos países em desenvolvimento.

“A Guiana está na parte mais pobre do mundo, mas a França está na parte mais rica. Então, a França não é receptora, tem que ser doadora do dinheiro”, declarou.

A fala de Lula ocorreu em meio a negociações e articulações internacionais para a COP30, que será sediada no Brasil, em 2025