Preço do café moído subiu 80,2% em 12 meses; vendas acumuladas caem mais de 5% no primeiro quadrimestre de 2025

O consumo de café no Brasil sofreu uma queda significativa de cerca de 16% em abril de 2025, reflexo direto da alta recorde nos preços da bebida. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), as vendas de sacas de café no varejo caíram 15,96% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

O aumento dos preços do café tem sido expressivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aponta uma alta acumulada de 80,2% no preço do café moído nos últimos 12 meses até abril, a maior inflação do produto desde a implementação do Plano Real, em 1994.

O início de 2025 apresentou leve crescimento nas vendas: janeiro e fevereiro tiveram alta de 1,26% e 0,89%, respectivamente, em relação ao ano anterior. No entanto, a situação se inverteu nos meses seguintes, com março registrando queda de 4,87% e abril aprofundando essa redução, puxando a retração acumulada do primeiro quadrimestre para 5,13%. Foram vendidas 4.753.766 sacas entre janeiro e abril, contra 5.010.580 no mesmo período de 2024.

O preço do café no varejo variou bastante: em abril, o quilo do café tradicional/extraforte custava R$ 65,50, enquanto as cápsulas chegaram a R$ 402,33. As categorias de café solúvel, gourmet e tradicional/extraforte registraram aumentos de 85,08%, 56,62% e 49,85%, respectivamente, em relação ao ano passado.

Além da alta, o setor enfrentou desafios no abastecimento. A oferta de matéria-prima passou de uma situação crítica no fim de 2024 para uma disponibilidade seletiva em fevereiro de 2025, dificultando a obtenção de grãos de qualidade.