Resultado do 1º trimestre decepciona mercado e marca a maior retração desde 2022; tarifas, incertezas e desastres naturais pesam na atividade econômica

A economia dos Estados Unidos recuou 0,3% no primeiro trimestre de 2025, na taxa anualizada, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Escritório de Análises Econômicas (BEA). O desempenho marca o pior resultado trimestral desde o início de 2022 e frustra as expectativas do mercado, que projetava um crescimento de 0,4%, de acordo com o Wall Street Journal.

O dado é o primeiro a refletir o segundo mandato do presidente Donald Trump, iniciado em 20 de janeiro deste ano. No último trimestre de 2024, a economia americana havia crescido 2,4%. Em todo o ano passado, o PIB avançou 2,8%, mas já mostrava sinais de desaceleração.

De acordo com o BEA, a queda foi puxada principalmente pelo aumento nas importações — que entram como subtração no cálculo do PIB — e pela redução nos gastos do governo. Fatores extraordinários, como um incêndio de grandes proporções na Califórnia em janeiro, também podem ter influenciado o resultado. Estima-se que o desastre causou perdas de ao menos US$ 34 bilhões em propriedades privadas.

Logo após tomar posse, Trump anunciou uma série de tarifas sobre produtos importados, afetando parceiros comerciais como Canadá e México. As medidas levaram empresas a anteciparem compras no exterior, o que elevou temporariamente as importações e contribuiu para a retração do PIB. Em 2 de abril, já no segundo trimestre, foi anunciado o maior pacote tarifário, com taxas mínimas de 10% aplicadas a quase todos os países, além de sobretaxas sobre carros, aço e alumínio.

As políticas protecionistas de Trump, aliadas ao ambiente de incerteza, também vêm afetando a confiança do consumidor e pressionando os mercados financeiros. As bolsas americanas registraram quedas históricas nos