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PT vai ao CNJ para impedir que Moro assuma ministério até órgão julgar suposta parcialidade

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e outros quadros partidários entraram nesta terça-feira com ação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para impedir que o juiz federal Sérgio Moro, que era até a semana passada responsável pela operação Lava Jato em Curitiba (PR), assuma o cargo de ministro da Justiça até que o órgão julgue em definitivo processos anteriores que questionam a suposta parcialidade dele na condução de casos envolvendo petistas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na ação, à qual a Reuters teve acesso, petistas afirmam que a parcialidade de Moro é “gritante”. Citam reportagem publicada na imprensa em que consta que o então vice-candidato a presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), disse que o convite para integrar o governo ao conhecido juiz da Lava ocorreu quando a campanha ainda estava em curso.

A peça ainda cita o fato de que, uma semana antes do primeiro turno, “quando ainda não havia uma ascensão do candidato Jair Bolsonaro”, o juiz divulgou dados aos quais tinha dever de proteção, sem qualquer relação temporal. Era uma referência à delação do ex-ministro dos governos petistas Antonio Palocci.

“Dados que repisavam acusações contra o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores, cujo candidato Fernando Haddad estava na disputa com crescimento na preferência do eleitorado. Note-se que não há como negar que o juiz Sérgio Fernando Moro age com interesses ilegítimos e por paixões políticas. Urge que o Judiciário brasileiro e seus órgãos de controle demonstrem que o Direito e as instituições estão acima disso e dos caprichos, desejos e vontades dele”, disse.

“A revelação do general Hamilton Mourão é prova testemunhal da relação entre o juiz Sérgio Fernando Moro e o então candidato Jair Bolsonaro. Uma relação que operou uma ‘troca de favores’, um vazamento de um depoimento pela promessa de um cargo político. Uma atuação que, de fato, já se desenha há muito tempo, com as ações para o impedimento do ex-presidente Lula, que era o líder nas pesquisas de opinião pública. Eliminando o principal adversário do aliado político, era necessário minar o candidato que se colocava”, completou.

O PT pede que o a Corregedoria do CNJ cautelarmente impeça que Moro assuma outro cargo público até que o órgão conclua a investigação das condutas citadas na ação. E pede que, ao fim, “diante de todos os fatos e evidências de parcialidade”, sejam aplicadas a Moro as penalidades compatíveis com as falhas funcionais, administrativas e disciplinares mencionadas.

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