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MPF investiga guru econômico de Bolsonaro por fraudes em negócios com fundos de pensão

Por Ricardo Brito e Brad Brooks

BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) – A Procuradoria da República no Distrito Federal (MPF-DF) abriu investigação contra o economista Paulo Guedes, principal assessor econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), por suspeita de que cometeu crimes em operações com fundos de pensão de empresas estatais, segundo documentos da apuração obtidos nesta quarta-feira pela Reuters.

Na investigação conduzida pela força-tarefa da operação Greenfield a partir de relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o MPF apura se Guedes, apontado pela Previc como controlador do Grupo HSM Brasil, cometeu dois delitos da Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional: gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e se emitiu e negociou títulos mobiliários sem lastro ou garantias.

Em nota, a HSM rebateu a informação da Previc e afirma que “o certo é que o professor Paulo Guedes jamais foi sócio e controlador da HSM, informação equivocada que poderia ter sido apurada em mera consulta à Junta Comercial”.

A nota também informa que Guedes “não exerce qualquer cargo ou função” na HSM desde 22 de outubro de 2014, data em que se desligou do conselho.

Uma nota técnica da Previc, citada pelo MPF, informa que “há relevantes indícios de que, entre os meses de fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ, Postalis (todas alvos da Operação Greenfield), Infaprev, Banesprev e Fipecq e da sociedade por ações BNDESPar possam ter se consorciado com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes (…), controlador do Grupo HSM Brasil, a fim de cometerem crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas e emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias, relacionados a investimentos no FIP BR Educacional.”

O grupo de Guedes conseguiu captar 1 bilhão de reais nessas operações, de acordo com a investigação, que foi revelada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada posteriormente à Reuters por um procurador com conhecimento direto do caso.

Em nota, os advogados de Paulo Guedes, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, chamaram o relatório de “mentiroso” e disseram que vão apresentar “documentação que comprova a lisura das operações”.

“Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso”, afirma a nota.

“Cumpre esclarecer que o fundo FIP BR Educacional não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão. Ao contrário. Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas”, acrescentou.

Também em nota, a Previ disse que “no caso específico do FIP BR Educacional a Previ obteve retorno nominal de 116,99 por cento e um retorno acima da meta atuarial em 49,85 por cento”. Afirmou ainda que após encerramento do FIP, “foi realizada uma avaliação do investimento pela auditoria interna da Previ, que validou a conformidade das operações”.

Bolsonaro vai enfrentar o candidato do PT, Fernando Haddad, no segundo turno da eleição presidencial, no dia 28 de outubro, após ter sido o mais votado no primeiro turno com 46 por cento dos votos, enquanto Haddad ficou em segundo lugar com 29 por cento.

(Reportagem adicional de Tatiana Ramil e Eduardo Simões)

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