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Guaidó se declara presidente interino da Venezuela e aumenta pressão sobre Maduro

Por Mayela Armas, Angus Berwick e Corina Pons

CARACAS, 23 Jan (Reuters) – O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, se declarou presidente interino nesta quarta-feira, enquanto centenas de milhares de venezuelanos tomaram às ruas do país para exigir o fim do governo do presidente socialista Nicolás Maduro, num movimento que contou com o apoio dos Estados Unidos e de vários países sul-americanos, como o Brasil.

Em comunicado minutos depois do juramento de Guaidó, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o reconheceu como legítimo presidente interino da Venezuela.

Logo em seguida, o Itamaraty divulgou nota em que também reconhece Guaidó como presidente interino da Venezuela. O reconhecimento também foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, ao lado do presidente da Colômbia, Iván Duque, e de autoridades do Peru e do Canadá, que também reconheceram Guaidó.

Outros países latino-americanos, como Argentina, Chile e Guatemala, também reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela. Já México e Bolívia, que têm governos de esquerda, mantiveram apoio à autoridade de Maduro.

Em resposta, Maduro fez um discurso a simpatizantes reunidos em frente ao Palácio de Miraflores e afirmou que a oposição venezuelana tenta um golpe de Estado. Ele também anunciou o rompimento de relações com os Estados Unidos. De olho em um de seus principais respaldos, o socialista pediu que as Forças Armadas mantenham a unidade e disciplina.

Manifestantes lotaram as avenidas no leste de Caracas entoando cantos como “Sai, Maduro” e “Guaidó, Presidente” e erguendo bandeiras nacionais. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestações em diversas áreas. Na noite anterior, foi noticiada a morte de quatro pessoas durante um comício, o que remontou aos protestos violentos de dois anos atrás.

A oposição ganhou ímpeto com o jovem congressista Guaidó, que liderou uma campanha para declarar Maduro um usurpador e prometeu fazer a transição para um novo governo no país assolado pela hiperinflação e o colapso econômico.

Guaidó, em discurso diante de uma multidão, fez um juramento e se nomeou presidente interino.

“Juro assumir formalmente as competências do Executivo nacional como presidente interino”, disse.

Ele disse estar pronto para substituir Maduro com o apoio dos militares e organizar eleições livres.

O governo Trump disse a companhias de energia dos EUA que poderia impor sanções contra o petróleo venezuelano ainda nesta semana, caso a situação política se agrave, de acordo com fontes.

Posteriormente, Trump, ao ser questionado se considerava enviar militares norte-americanos à Venezuela, respondeu que não está considerando nada, mas todas as opções estão sobre a mesa.

Maduro tomou posse em 10 de janeiro para mais um mandato após uma eleição no ano passado amplamente boicotada e que muitos países consideraram fraudulenta. Seu governo acusa Guaidó de preparar um golpe e ameaça prendê-lo.

Qualquer mudança de governo na Venezuela depende de uma mudança na lealdade dentro das Forças Armadas, que se mantiveram ao lado de Maduro durante duas ondas de protestos nas ruas e do contínuo desmonte de instituições democráticas.

“Precisamos de liberdade, precisamos que esse governo corrupto saia, precisamos todos nos unir, para que então haja paz na Venezuela”, disse Cláudia Olaizola, uma vendedora de 54 anos que estava perto do centro da marcha no bairro de Chacao, leste de Caracas, um bastião tradicional da oposição.

Em um potente ato simbólico de revolta, manifestantes na cidade de Puerto Ordaz, no sul do país, derrubaram nesta terça-feira uma estátua do falecido líder socialista Hugo Chávez, que foi partida em duas e em parte pendurada de uma ponte.

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