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Bolsonaro volta à Câmara sob forte segurança e aponta Constituição como único norte

Por Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – Em sua primeira aparição no Congresso Nacional após ter sido eleito presidente da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) disse nesta terça-feira que a Constituição é o único norte que existe na democracia e destacou que continuará construindo o Brasil que o povo merece ao lado do Legislativo e do Judiciário.

“Na topografia existem três nortes: o da quadrícula, o verdadeiro e o magnético. Na democracia é só um norte, é o da nossa Constituição”, afirmou Bolsonaro, em sua breve fala durante sessão solene do Congresso Nacional para marcar os 30 anos da Constituição que contou com a presença de autoridades dos Três Poderes.

“Temos tudo para sermos uma grande nação. E na união de nós, que no momento estamos aqui, ocupando cargos-chave da República, podemos sim mudar o destino dessa grande nação”, acrescentou Bolsonaro.

O presidente eleito voltou ao plenário da Câmara dos Deputados, Casa em que atua há 27 anos, sob forte esquema de segurança para acompanhar a solenidade. “Estou muito feliz”, limitou-se a dizer ao ser questionado por repórteres sobre a volta ao Congresso após a eleição presidencial na primeira agenda oficial fora do Rio de Janeiro.

Inicialmente, o acesso ao plenário da Câmara ficaria excepcionalmente restrito a autoridades, parlamentares e servidores autorizados na solenidade em homenagem à Constituição, mas a medida foi revertida nesta manhã pelo atual presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE) e a presença de jornalistas credenciados foi liberada.

Acompanhado de auxiliares próximos, Bolsonaro chegou ao Congresso pouco antes das 10h. Inicialmente foi para o gabinete da Presidência do Senado e depois seguiu ciceroneado por Eunício para o plenário da Câmara dos Deputados, onde ocorreu a solenidade.

Discreto, pouco após ter chegado, o ainda deputado fez um rápido gesto com os dedos simulando uma arma com as duas mãos baixas –esse gesto, tido como polêmico pelos críticos, tornou-se marca registrada de sua campanha. Logo em seguida, fez um sinal de coração com as duas mãos.

O presidente eleito sentou-se na cadeira mais à esquerda da mesa do plenário da Câmara, de frente para onde tradicionalmente sentam os deputados da oposição.

De modo geral, ele não prestou atenção aos discursos do presidente Michel Temer, de Eunício, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), da procuradora-geral da República, Raquel Dodge e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que exaltaram, com maior ou menor intensidade, a Constituição e a necessidade de cumpri-la.

O plenário da Câmara encheu durante a solenidade, que contou com a presença do ex-presidente José Sarney, autoridades do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas da União.

Nesse ínterim, Bolsonaro, sentado, passou a ser assediado por uma romaria de parlamentares de diversos partidos. Cumprimentaram-no, por exemplo, o deputado e ex-ministro da Secretaria de Governo Antonio Imbassahy (PSDB-BA), o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), aliado dele em pautas da segurança pública e que não se elegeu governador do Distrito Federal e o deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO), que assim como Fraga é integrante da chamada bancada da bala.

Com a mão na boca, Bolsonaro conversou com alguns deputados, acenou para outros que estavam no plenário e pousou para uma foto feita do celular do deputado federal eleito pelo PSL, o ex-ator e empresário Alexandre Frota. Ele trocou rápidas palavras com Toffoli, sentado ao lado dele e que pregou, em seu discurso, que o país precisa de um “ponto de união” após uma das mais polarizadas disputas eleitorais e defendeu um pacto para promoção de reformas, considerando-as essenciais, como a da Previdência.

O vice-presidente eleito, general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), passou praticamente toda a solenidade no fundo do plenário da Câmara, em conversa com jornalistas, políticos e outras pessoas que também o pararam para pousar para selfies. Revelou que era a primeira vez que pisava no plenário da Câmara ao destacar que “milico” está sempre trabalhando. Depois, foi sentar-se ao lado de Bolsonaro, numa cadeira improvisada de última hora.

Eunício, que em três ocasiões durante a cerimônia destacou a presença da imprensa na cobertura, perguntou se Bolsonaro gostaria de fazer uso da palavra. No momento da nominata das autoridades, o presidente eleito citou apenas o “querido” Rodrigo Maia e Toffoli, que estava a seu lado. Fez um breve discurso em que exaltou a Constituição como único documento que existe como norte da democracia e, ao final da fala, recebeu o maior aplauso.

Deixou o plenário da Câmara novamente sob forte esquema de segurança após a fala de Temer, não falou com a imprensa e seguiu diretamente para uma agenda com o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, num sinal claro de prestígio que dará às Forças Armadas no seu governo — ele é um capitão da reserva do Exército.

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