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Bolsonaro acena com reeleição de Maia para comando da Câmara em 2019 de olho em governabilidade

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O candidato do PSL e favorito para vencer a corrida presidencial, Jair Bolsonaro, tem indicado que poderia respaldar a reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o comando da Câmara em fevereiro de 2019 de olho na governabilidade e em garantir a aprovação de sua agenda de reformas e propostas, disse uma fonte da campanha à Reuters.

A sinalização que o presidenciável não veta um acerto com Maia contraria o interesse de parte dos 52 deputados federais eleitos pelo PSL no embalo da onda Bolsonaro de escolher um nome da bancada para presidir a Câmara.

“Rodrigo Maia ainda está no páreo e está muito bem situado para ser o próximo presidente”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada.

“Do ponto de vista da agenda que o Bolsonaro precisa aprovar no Legislativo, o melhor é que a coisa saia o mais negociada e pacifica possível, mas a gente precisa compreender que esses novatos vem falando grosso”, argumentou a fonte, em referência a deputados eleitos pelo PSL de primeiro mandato que têm defendido uma presença de destaque do partido na Câmara.

O primeiro a defender candidatura própria do PSL foi o presidente licenciado da legenda, o deputado federal eleito Luciano Bivar (PE), em entrevista à Reuters logo após o primeiro turno. O deputado reeleito Delegado Waldir (PSL-GO) também defendeu à Reuters candidatura própria do partido ao comando da Câmara e colocou restrições a Rodrigo Maia, dizendo que Bolsonaro poderia ficar “refém” do atual presidente da Câmara.

“Com certeza. Você não pode esquecer que o pai dele foi derrotado pelo filho do Bolsonaro e por um aliado do Bolsonaro ao Senado no Rio de Janeiro”, lembrou. Cesar Maia (DEM) ficou em terceiro lugar, atrás de Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD).

Contudo, Bolsonaro e apoiadores próximos têm dado sinais de que podem compor com outros partidos. Na quinta-feira da semana, em entrevista a uma rádio, o presidenciável deixou em aberto a possibilidade de apoiar Maia.

“Nada de concreto apoiar Rodrigo Maia, nunca conversei com ele assunto nenhum. Digo mais: um presidente eleito não pode interferir nas eleições da Câmara e do Senado.”

Nesta terça-feira, Maia participou de um café da manhã com cerca de 30 deputados federais da frente de segurança pública da Câmara no qual se comprometeu a colocar na pauta logo após o segundo turno uma proposta que prevê a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, segundo o coordenador Alberto Fraga (DEM-DF). Logo depois disso, o grupo, sem Maia, visitou pessoalmente Bolsonaro para lhe dar apoio.

Fraga –um dos apoiadores de Bolsonaro na Câmara– disse que no último encontro não se falou de sucessão da Casa, mas avaliou que uma composição de Bolsonaro com o colega de partido ajudaria ao eventual futuro governo.

“O que nós sabemos é que, pela experiência que o Bolsonaro tem, vai ser um Congresso muito heterogêneo e tem que ter alguém com muito equilíbrio para presidir”, disse Fraga, que não se elegeu na disputa ao governo do Distrito Federal.

AMPLIAÇÃO DE APOIOS

Ao buscar uma composição com Maia, disse a fonte, a campanha de Bolsonaro tem por objetivo ampliar desde já o leque de apoios no Congresso do eventual presidente a fim de tentar consolidar uma base de apoio para aprovação de propostas. A intenção é que se busque apoio dos partidos, por meio de parlamentares integrantes de frentes partidárias, conforme já mostrou reportagem da Reuters.

O DEM apoiou no primeiro turno o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, que terminou a disputa em quarto lugar. No segundo turno, a legenda decidiu ficar neutra, mas várias lideranças têm apoiado individualmente Bolsonaro, como o próprio presidente do partido, ACM Neto.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é o principal apoiador de Bolsonaro dentro do partido, apoiando-o ostensivamente desde antes do primeiro turno. O próprio Bolsonaro já disse que, caso eleito, Onyx será seu chefe da Casa Civil.

Nessa composição com o DEM, há uma conversa, ainda que preliminar, de integrantes da campanha sobre a possibilidade de o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação e que foi derrotado na corrida ao Senado, voltar ao posto que ocupou no governo Michel Temer, disse a fonte.

Essa conversa sobre Mendonça ocupar a Educação, se vingar, acenaria com uma composição mais ampla de ministério, uma vez que Mendonça mudaria o perfil de governo montado exclusivamente por técnicos defendido por Bolsonaro ao longo da campanha.

A equipe de Bolsonaro, disse a fonte, está ciente de que uma eventual composição com o DEM, em detrimento do próprio PSL, tem de ser muito bem administrada a fim de não gerar atritos com a nova base que poderiam comprometer a agenda no Congresso.

A fonte disse que não acredita que a bancada do PSL lance uma candidatura à revelia do que pretende Bolsonaro.

“Nem do lado do Executivo nem do lado do Legislativo vai haver uma tensão tão forte que leve a uma ruptura, a ninguém interessa. O Bolsonaro vai ganhar do Haddad, todo mundo do partido dele vai querer ficar bem com ele, fora outros partidos que podem aderir”, resumiu.

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