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Tebet assombrada por fantasmas tucanos

Alguns filmes de terror dos anos 1980 se mostraram grandes sucessos de bilheteria. Seus produtores, por conta disso, ressuscitavam seus vilões em continuações infindáveis. “Halloween”, “A Hora do Pesadelo” e “Sexta-Feira 13”, para ficar em alguns exemplos, reviveram seguidas vezes os antagonistas Michael Myers, Freddy Krueger e Jason Voorhees.

Às vezes, a vida real imita a sétima arte, mesmo naquelas situações cujo enredo é criado sem grandes arroubos de imaginação ou originalidade. É o caso da arrastada trajetória da Terceira Via em 2022. Quando parece que uma narrativa terminou, personagens de um enredo anterior voltam à vida.

É o que está acontecendo, neste exato momento, no PSDB.

A cúpula tucana usou o nome da senadora Simone Tebet para afastar o ex-governador João Doria do páreo. Após a renúncia do candidato paulista, no entanto, opositores de Doria saíram do armário e começaram a questionar a aliança com o MDB, defendendo que o ex-governador Eduardo Leite poderia ser o nome do partido sem risco de contestações jurídicas (afinal, o candidato que venceu nas prévias desistiu da disputa).

Aécio Neves foi um dos que se manifestou a favor do protagonismo peessedebista. “É hora de aproveitarmos esses últimos acontecimentos para reconstruirmos a unidade do PSDB em torno do único caminho que permitirá que o partido continue a cumprir sua trajetória em defesa do Brasil, ou seja, com uma candidatura própria à presidência da República”, disse o deputado. Por candidato próprio, leia-se Eduardo Leite.

Ou seja, um personagem que parecia estar morto e enterrado voltou à vida para deixar o enredo da Terceira Via reaberto.

Ontem, questionava-se se a troca de Doria por Tebet não seria inócua, dada a baixa densidade eleitoral de ambos. Caso Leite consiga ser ungido candidato do PSDB, teremos mais um nome que nunca decolou nas pesquisas entrando na contenda.

Se a saída de Doria trouxe à luz do dia alguns oposicionistas que aproveitaram para recolocar Leite na disputa e tumultuar novamente o cenário, há outro grupo que permanece submerso nas sombras, esperando o melhor momento para agir — os bolsonaristas tucanos.

Esses parlamentares pretendiam trabalhar por Bolsonaro em suas regiões, sem se importar muito com a candidatura Doria. Mas prefeririam uma aliança com o MDB, pois uma traição deste calibre seria mais fácil de ser digerida, uma vez que o mesmo fenômeno ocorrerá entre os emedebistas. Agora, porém, estes políticos querem que, além de não ter candidato próprio, o PSDB apoie a reeleição de Jair Bolsonaro. Mas não chegam a falar isso em público.

A dúvida que paira sobre essa ideia é gigantesca: como esse grupo, que tem poucos representantes da Executiva do partido, poderia emplacar sua estratégia e apoiar oficialmente o governo? Difícil. Quase impossível.

Toda essa confusão mostra que, como em um daqueles filmes da década de 1980, o PSDB parece ser um morto-vivo em busca de alguém que o coloque para respirar novamente. Mas, definitivamente, esse alguém não será Eduardo Leite. Ou Simone Tebet. Ou Aécio Neves.

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