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Europa busca proteger interesses no Irã após saída dos EUA de acordo

Por Paul Carrel e Leigh Thomas

BERLIM/PARIS (Reuters) – As maiores economias da Europa fizeram campanha nesta sexta-feira para proteger investimentos de suas companhias no Irã, buscando manter vivo o acordo nuclear com Teerã após Washington se retirar e ameaçar impor sanções sobre companhias europeias.

A Alemanha e a França possuem relações comerciais significativas com o Irã e permanecem comprometidas com o acordo nuclear, assim com o Reino Unido, e os ministro das Relações Exteriores dos três países planejam se encontrar na terça-feira para discussões.

    Isto é parte de uma série de atividades diplomáticas após a saída unilateral na terça-feira do que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou de “um acordo horrível e unilateral”, uma ação acompanhada pela ameaça de punições contra quaisquer companhias estrangeiras fazendo negócios no Irã.

    A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que maneiras para salvar o acordo sem Washington precisam ser discutidas com Teerã, enquanto o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que Estados da União Europeia irão propor à Comissão Europeia medidas para bloqueio de sanções.

    “Nós aceitamos sanções extraterritoriais? A resposta é não”, disse Le Maire a repórteres. “Nós aceitamos que os Estados Unidos são os guardas econômicos do planeta? A resposta é não”.

    “Nós aceitamos a vassalização da Europa em questões comerciais? A resposta é não”.

    A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e Trump concordaram em telefonema que conversas são necessárias para discutir como sanções norte-americanas sobre o Irã irão afetar companhias estrangeiras operando no país.

    A porta-voz de May disse que a premiê afirmou a Trump que o Reino Unido e seus parceiros europeus continuam “firmemente comprometidos” em garantir que o acordo seja mantido como a melhor maneira de impedir o Irã de desenvolver uma arma nuclear.

    Tanto Le Maire quanto o ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, haviam falado ao secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, pedindo para ele considerar isenções ou adiamentos para companhias já presentes no país.

    Le Maire disse estar buscando isenções concretas para companhias já presentes no Irã, incluindo Renault, Total, Sanofi, Danone e Peugeot. Scholz também pediu medidas concretas para ajudar companhias alemãs, relatou o jornal Handelsblatt.

    O acordo de 2015 entre grandes potências e o Irã estabeleceu limites sobre suas atividades nucleares em troca de suspensão de sanções. Europeus temem que um colapso do acordo pode intensificar conflitos no Oriente Médio.

    Alemanha, França e Reino Unido querem que conversas sejam feitas em um formato mais amplo para incluir o programa de mísseis balísticos do Irã e suas atividades militares regionais, incluindo na Síria e no Iêmen.

    “Até que ponto podemos manter este acordo vivo… é algo que nós precisamos discutir com o Irã”, disse Merkel, que mais cedo conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o assunto.

    Divisões no Irã sobre como o país deveria responder à saída norte-americana foram ilustradas nesta sexta-feira, quando o clérigo sênior aiatolá Ahmad Khatami disse a fiéis na Universidade de Teerã que não se pode confiar em nações europeias.

    O presidente Hassan Rouhani disse na terça-feira que Teerã irá permanecer no acordo, desde que seus benefícios permaneçam em vigor com signatários remanescentes.

    O ministro das Relações Exteriores do Irã irá viajar a Moscou em 14 de maio e se encontrar com o chanceler russo, relatou a agência de notícias russa RIA, citando uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)) REUTERS TR

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