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ESPECIAL-Deputados montam “base suprapartidária” para Bolsonaro

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – Um grupo de deputados de diversos partidos montou desde o ano passado uma espécie de base de apoio suprapartidária para discutir estratégias em favor do pré-candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, filiado a uma legenda nanica, mas líder das pesquisas de intenção de voto para a Presidência nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De maneira informal, Bolsonaro têm participado de encontros na casa de colegas da Câmara dos Deputados de outros partidos para conversar sobre propostas de campanha e até mesmo ser aconselhado por colegas a ajustar o discurso, segundo deputados entrevistados nos últimos dias pela Reuters. Um próximo encontro deve ocorrer na próxima semana, promovido pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

A ida aos encontros, contudo, não significa um apoio certo ao pré-candidato do PSL, mas os participantes afirmam que Bolsonaro têm respaldo na Casa maior do que o dos 8 deputados da legenda ao qual se filiou em março.

“O número de apoios supera 50 deputados”, contabilizou o presidente do PSL em São Paulo, o deputado Major Olimpo.

Há, no entanto, estimativas mais otimistas sobre o tamanho do apoio ao pré-candidato do PSL.

“Muita gente vota nele, mas tem vergonha de dizer por enquanto. Ele tem uns 100 deputados no Congresso”, disse o deputado Alberto Fraga (DEM-DF).

Outro ingrediente que pesa também na manifestação de voto em favor de Bolsonaro é o fato de que vários partidos dos deputados simpatizantes têm seus respectivos candidatos ao Planalto.

Fraga foi um dos anfitriões, em dezembro passado, de uma reunião da qual participaram 49 deputados de siglas como MDB, PRB, DEM e PR com a presença de Bolsonaro em Brasília. Segundo o deputado, houve quem posteriormente cobrasse por não ter sido convidado.

Fraga disse que torce para a candidatura do seu correligionário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decolar, mas, se isso não ocorrer, defende apoio da legenda a Bolsonaro.

O deputado Vitor Valim (PROS-CE), um dos participantes das conversas, disse ter uma “grande amizade” com Bolsonaro e com um dos filhos dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e destacou que os encontros e as conversas na Câmara com o presidenciável servem para acabar com o que considera “estereótipo” de que ele é independente e não tem relação com seus pares.

Valim, entretanto, não quis adiantar se apoiará Bolsonaro para presidente em outubro. “Vou esperar o partido se posicionar”, limitou-se a dizer.

Numa conversa recente, segundo relato à Reuters de uma fonte frequente nos encontros com Bolsonaro, o deputado foi aconselhado a “maneirar” com as palavras para não espantar eventuais apoiadores.

Um dos episódio se refere às frases polêmicas dele sobre a possibilidade de, em seu governo, flexibilizar o porte de armas. Por outro lado, Bolsonaro aproveita os convescotes para discorrer sobre seus planos, como propostas para a economia.

BASE NO CONGRESSO

Parlamentares simpatizantes a Bolsonaro afirmam que, mesmo ele dispondo, no máximo nas projeções, de 100 deputados em sua base, ele não teria dificuldades para compor uma base de apoio congressual caso seja eleito presidente. A Câmara tem 513 deputados e, a titulo de exemplo, para se aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) são necessários ao menos 308 votos.

Mesmo diante desse quadro, aliados dizem que Bolsonaro construiria, sim, uma base de sustentação no Congresso. Vitor Valim afirmou que, no dia-a-dia, percebe apoio de colegas a Bolsonaro. “As bandeiras que ele defende permeiam uma série de partidos”, avaliou.

Segundo relato da fonte, recentemente, em plenário e falando a um grupo de deputados, Bolsonaro deu uma resposta a um colega que o perguntou se iria ignorar o Congresso em sua eventual gestão. “Claro que não. Não vou governar sem esse pessoal aqui”, disse o presidenciável, segundo a fonte.

Ela citou ainda o fato de que o pré-candidato do PSL já estabeleceu ao menos como parâmetro para sua gestão não dar a chamada “porteira fechada” –quando um governo permite que um determinado partido nomeie o ministro e os principais cargos na estrutura hierárquica de um determinado ministério.

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