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Redução de preço da Petrobras assusta possíveis compradores de refinarias, dizem fontes

Por Carolina Mandl e Tatiana Bautzer

SÃO PAULO (Reuters) – A decisão surpreendente da Petrobras de reduzir os preços do diesel em resposta aos protestos de caminhoneiros está preocupando alguns compradores em potencial das refinarias da estatal, disseram três pessoas com conhecimento do assunto nesta quinta-feira.

A venda planejada da participação de 60 por cento em quatro refinarias da Petrobras, anunciada em 19 de abril, é parte de um esforço mais amplo de desinvestimento para reduzir a dívida. As refinarias serão vendidas em dois blocos regionais: um no Nordeste e um na região Sul do país, com duas refinarias cada.

A Petrobras disse que irá reter cerca de 75 por cento da sua capacidade doméstica de refino depois da privatização das quatro unidades.

A Petrobras espera receber propostas não vinculantes no início de julho, disseram duas pessoas com conhecimento do processo de vendas, pedindo anonimato porque as negociações são privadas.

Entre os grupos que a Petrobras convidou para a oferta estão as empresas Pátria Investimentos, que tem um acordo de investimento com o Blackstone Group, e a First Reserve Management.

Outros compradores em potencial são as companhias brasileiras Ultrapar Participações e a Cosan Indústria e Comércio, disseram as fontes.

Os grupos devem receber os convites iniciais para participar no processo na segunda-feira.

Porém a crescente pressão para a Petrobras cortar os preços do combustível, provocada pelos protestos dos caminhoneiros nesta semana, tem preocupado potenciais compradores.

No fim de quarta-feira, a Petrobras anunciou redução de 10 por cento no preço do diesel e a manutenção do valor do combustível por 15 dias, para diminuir a pressão enquanto o governo tenta alcançar um acordo permanente com os caminhoneiros.

A decisão desencadeou uma queda de 15 por cento nas ações da estatal nesta quinta-feira.

Dois potenciais investidores disseram à Reuters que se preocupam com mudanças na política de preços da Petrobras, que afetariam fortemente competidores privados, já que a petroleira estatal pretende manter a maior parte da sua capacidade de refino, especialmente no Sudeste do Brasil, a região mais rica do país.

Mudanças de preços para tranquilizar o governo poderiam criar uma competição injusta, acrescentaram as fontes.

Cosan, Pátria e First Reserve não responderam imediatamente a pedido por comentário sobre o assunto. A Ultrapar não quis comentar.

Em uma teleconferência com investidores nesta quinta-feira, o presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, que insistiu que o corte nos preços do diesel não muda a política geral de preços, disse que o movimento não prejudicaria o plano de venda das refinarias.

Mas as fontes disseram que investidores devem exigir mais garantias relacionadas a políticas de preços no processo de vendas das refinarias como resultado.

(Por Carolina Mandl e Tatiana Bautzer; reportagem adicional por Alexandra Alper)

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