A nova modalidade de corrupção
O jornal The New York Times desta quinta-feira (25) jogou alguma luz sobre a nova modalidade de corrupção que ganha força na América Latina. É a vez do vips furadores de fila para a vacina. Integrantes do establishment político são os desonestos recorrentes. Alguns foram flagrados. Ministros do Peru, Argentina e Equador renunciaram após serem investigados por fornecerem vacinas a familiares e amigos, deixando prioritários esperando na fila. MONEY REPORT explicou como a situação está complicada desde janeiro no Peru, com médicos atuando em condições precárias. No Suriname, o ministro da Saúde, de 38 anos, recebeu a primeira dose com a desculpa de dar exemplo à população. Ninguém acreditou. O NYT relatou que no Brasil, onde apenas 3% da população de 210 milhões foi atendida, a cada dia alguém alega atuar em alguma atividade essencial para ser vacinado. O jornal critica o país pela campanha confusa e conflitante.
Os efeitos do Carnaval
A taxa de ocupação dos leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) nos hospitais privados de São Paulo varia de 80% e 95%. O patamar está perigosamente elevado e tende a subir, apontou o presidente do Hospital Albert Einstein de São Paulo, Sidney Klajner, ao jornal Valor Econômico nesta quinta-feira (25). “Há uma preocupação em relação às próximas semanas em função das aglomerações no Carnaval”. Apesar da proibição de festas e desfiles, aglomerações clandestinas e falta de distanciamento social ocasionaram a explosão de casos e internações. No Einstein, a quantidade de pacientes na UTI aumentou 17% entre os dias 17 e 24 deste mês. Ou seja, na semana seguinte ao feriado. De acordo com a Polícia Militar paulista, foram fechadas 825 baladas clandestinas durante o Carnaval.
Colapsos pelo Brasil
Com a definitiva interiorização da pandemia, parece não haver mais limitações geográficas para o vírus. Segunda maior cidade de Minas Gerais e uma das mais ricas do interior do país, Uberlândia está próxima do colapso de seu sistema de saúde. O prefeito Odelmo Leão declarou toque de recolher na terça-feira (23). Na última passada, o recorde de mortes em 24 horas foi batido duas vezes, na segunda (15), com 14 óbitos, e na sexta (19), com 15. A ocupação de leitos de UTI chegou a 99%, somando as redes pública e privada. Se a vida ali está ruim, em Rio Branco, no Acre, ficou pior. Além da pandemia, há uma enchente e um surto de dengue. Em Rondônia, o secretário de Saúde, Fernando Máximo, lançou um vídeo apelando para as pessoas ficarem em casa: “Não temos leitos de UTI para as suas mães”. Na Bahia, o governador Rui Costa afirmou que há falta de profissionais de saúde e que um colapso pode ocorrer em breve.
12 milhões
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, confirmou a chegada de insumos para a produção de 12 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A previsão de chegada é no domingo (28). Vale destacar que Faria viajou à Suécia, no início de fevereiro, onde conversou com Marcus Wallenberg, um dos controladores da farmacêutica.
#URGENTE | Atendendo aos pedidos do @govbr, foi confirmada agora de manhã a chegada de novos insumos e doses de vacinas para o Brasil no fim de semana. O volume desembarcado deve gerar produção de mais de 12 milhões de doses. 🇧🇷
— Fábio Faria 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 (@fabiofaria5555) February 25, 2021
Xepa para sessentões
Pessoas acima de 60 anos residentes na cidade de São Paulo poderão ser vacinas com as doses excedentes nos postos da rede municipal, informou o secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido. Para tanto, será feita uma lista de espera.
América desigual
Os casos e as mortes por covid-19 nos Estados Unidos registraram queda de 30% na última semana. A maioria dos países americanos registra queda de novos casos (o Brasil não está incluído), mas serão necessários meses até que as vacinas afetem de vez a taxa de infecção, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), nesta quarta-feira (24). Por isso, a diretora da entidade, Carissa Etienne, fez um apelo aos governos e fabricantes para que atuem de modo mais rápido, já que há muita diferença na distribuição de doses entre os países ricos (EUA e Canadá) do continente e os demais. Dos 78 milhões de vacinas administradas (considerando a primeira dose), apenas 13 milhões (16,6%) foram destinados à América Latina e Caribe.
Pfizer estuda aplicar terceira dose
A farmacêutica Pfizer e o laboratório BioNTech testam a aplicação de uma terceira dose de seu imunizante. A ideia é criar um reforço contra as variantes. Apesar das duas doses recomendadas seres capazes de neutralizar as cepas identificadas no Reino Unido e na África do Sul, o estudo busca procurar alguma falha ainda não identificada. Os testes serão nos EUA, com 144 voluntários com idades entre 18 e 55 anos.
CanSino pede autorização para Pequim
O laboratório chinês CanSino anunciou que a Administração Nacional de Produtos Médicos da China (NMPA, na sigla em inglês) avalia o pedido de uso de sua vacina. Vale destacar que nos testes globais, o imunizante de dose única apresentou eficácia de 65,7% na prevenção de casos leves e de 90,98% contra os graves.
J&J nos planos da Casa Branca
O governo americano planeja distribuir de 3 a 4 milhões de doses da Johnson & Johnson em poucos dias, se o imunizante for autorizado pela Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês).
O que mais MONEY REPORT publicou hoje
Painel Coronavírus
Dados atualizados em 25/02/21 – 19h45
Vacinados
- 221,8 milhões no mundo * (2,95% da população)
- 7,55 milhões no Brasil * (3,57% da população)
* Considerando as duas doses, quando for o caso
Casos confirmados
• 10.390.461 – acumulado
• 65.998 – casos novos
• 9.323.696 – casos recuperados
• 815.267 – em acompanhamento
• 4.944,4 – incidência por grupo de 100 mil habitantes
Óbitos confirmados
• 251.498 – óbitos acumulados
• 1.541 – óbitos novos
• 2,4% – Letalidade
• 119,7 – mortalidade por grupo de 100 mil habitantes
Fontes: Ministério da Saúde, consórcio de veículos de imprensa e Universidade Johns Hopkins (EUA)